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Presidente do CNJ recebe viúvas de vítimas da Chacina de Unaí

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Viúvas de auditores fiscais do trabalho, assassinados em Unaí (MG), foram recebidas na tarde de ontem (quarta-feira, 28) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Na audiência, elas lembraram que há exatos cinco anos seus maridos foram mortos em uma emboscada na região rural da cidade mineira.

No dia 28 de janeiro de 2004, foram assassinados os auditores fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira.

As viúvas Elba Soares da Silva, Genir Geralda de Oliveira Lage e Marines Lima e Laia pediram agilidade da Justiça para julgar processo sobre o crime. “É necessário que se amenize a dor da impunidade. Há muita demora e queremos saber quanto tempo mais vamos ter que esperar o fim do julgamento”, disse Elba. Ela ressaltou que não há auditores fiscais em Unaí pelo medo dos profissionais em atuar na localidade.

Na reunião, acompanhou as viúvas o presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais, José Augusto de Paula Freitas. “Nós levamos ao ministro a nossa preocupação com a morosidade de um crime que foi cometido contra agentes do Estado e estamos cobrando um posicionamento em razão da demora”, afirmou. Segundo ele, esse foi o único crime de grande repercussão que ainda não foi julgado definitivamente.

Também participou da audiência o presidente do Instituto Mineiro de Relações do Trabalho de Minas Gerais, Carlos Calazans, que, à época do crime, era delegado do trabalho. Ele contou que nos últimos cinco anos o grupo procurou autoridades, tendo conversado com os presidentes de todos os tribunais.

“Agora, como última alternativa, nós viemos à maior Corte do país para pedir ao presidente do STF atenção ao caso a fim de que seja julgado em definitivo”, destacou, ao completar que “a família, os auditores fiscais, a população não toleram que um crime tão bárbaro, com uma repercussão tão grande no mundo, fique impune até hoje”.

O ministro Gilmar Mendes ouviu o relato do grupo, disse que vai acompanhar o caso e, se necessário, poderá interceder pela celeridade do processo.

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