Acompanhe o Sitraemg nas redes sociais

Palestrante sobre a PEC 6/2019 desnuda real objetivo do governo que é jogar o trabalhador na previdência privada

Compartilhe

O painel Reforma da Previdência deu a largada das atividades da manhã deste domingo (28/04) do 10º Congrejufe (Congresso Nacional da Fenajufe), que é realizado de 27/04 a 1º de maio, no Monte Real Resort Hotel, em Águas de Lindóia (SP). A palestrante foi a professora Sara Granemann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que fez uma análise da natureza de cada reforma que foi promovida no Brasil, desde 1998, com a Emenda Constitucional número 20, para mostrar que a PEC 6/2019, que é proposta pelo governo Bolsonaro, vem para tornar efetivo o objetivo maior de todas as mudanças que paulatinamente foram sendo feitas no sistema, que é privatizar de vez a Previdência: no governo FHC, retirando direitos previdenciários do RGPS; em 2003, no governo Lula, dos servidores públicos; no governo Dilma, com a criação das Funpresps, abrindo de vez a possibilidade da privatização.

“Sim, porque previdência complementar é privatização”, esclareceu. E a capitalização, lembrou, não é a única armadilha. A proposta também desconstitucionaliza a Previdência Pública, abrindo a possibilidade de, no futuro, governo e Congresso mudarem pontos importantes do sistema por lei complementar, que requer quantitativo menor de votos para ser aprovada, do que emenda constitucional.

IMG_7405
A palestrante, professora Sara Granemann, da UFRJ

A professora da UFRJ enumerou uma dezena de direitos do sistema previdenciário que serão afetados se a PE 6/2019 for aprovada, dentre os quais o orçamento do SUS, a possibilidade de chamar de volta trabalhadores aposentados, o PIS, o PASEP, a destinação de recursos do PIS/PASEP, os benefícios assistenciais (BPC) e outros.

IMG_7408
Parte do grupo de servidores de Minas em destaque na plateia do Congrejufe, na manhã deste domingo

Ela também reforçou a convicção dos contrários à reforma de que não existe déficit na Previdência, ao contrário do que alega o governo. O que existe é o favorecimento às grandes empresas: somente em desonerações, em 2018, foram deixados de arrecadar R$ 287,5 bilhões em contribuições patronais; há uma dívida acumulada dessas empresas coma Previdência de R$ 450 bilhões; a DRU, em 2017, desviou 100,4 bi para o caixa único do governo; e pelo menos R$ 1 trilhão é destinado aos bancos com a remuneração de dinheiro retido no Banco Central. O que existe, salientou a professora, é um falso discurso cujo objetivo, não confessado, é alimentar os mercados de capitais.

A alimentação desses capitais, na verdade, explicou Sara Granemann, é o alvo das mudanças no sistema previdenciário desde que começaram a ser implementadas no Chile, na década de 1970. No Brasil, isso começou a ser arquitetado já com o desmembramento do Banco Central do Banco do Brasil. A partir daí, o BC passou a ser fomentador dos mercados de capitais. E como seriam alimentados esses capitais: com o dinheiro do trabalhador. E essa política se iniciou com a criação da previdência complementar (fechada) para os trabalhadores das grandes empresas privadas e empresas públicas de capital misto, como o Banco do Brasil, Caixa, Vale (até ser privatizada), e depois para os servidores públicos, a partir de 2013. sistema financeiro. O pontapé dessa política.

“O ataque a nos é de uma dimensão imensurável, incalculável. E para por fim a uma crise que não é nossa, que é do capital. As duas maiores ansiedades da classe trabalhadora: não ter emprego, não ter aposentadoria. Se tiver que mudar um pouquinho que seja (a Previdência) que seja para garantir direitos”, convocou a professora da UFRJ.

Nos debates, a maioria das intervenções dos servidores presentes foram no sentido de não ceder nem um pouco para o governo em relação à PEC da reforma. Grande parte da plateia defendeu “greve geral já”.

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags