Opinião: servidora do TRT-3 desabafa sobre os ataques da imprensa contra o reajuste da categoria

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A servidora do Tribunal Regional do Trabalho em Belo Horizonte, Adriana Scalia Carneiro de Andrade, enviou ao SITRAEMG um desabafo que bem pode resumir todo o sentimento de uma categoria que espera há dois anos que o governo cumpra sua palavra e negocie seriamente a aprovação do reajuste salarial dos servidores do Judiciário Federal. Com a devida autorização de Adriana, reproduzimos abaixo o conteúdo de seu texto:

Sou funcionária do TRT-3 há mais de 22 anos. Ao ler a reportagem do Jornal Estado de Minas do último dia 03 [de setembro] sobre o reajuste do Judiciário, referindo-se a tal como “abacaxi”, só tenho a demonstrar minha total indignação em relação às atitudes que a imprensa vem tomando contra o Judiciário. Seria cômico se não fosse trágico! Sem entrar em maiores questionamentos, é básico tentar não se esquecer que o servidor público, como todo cidadão comum brasileiro, também tem seu salário corroído pela inflação. Para nós os preços também sobem – oh, que surpresa! Mas, segundo a mídia, somente nós devemos pagar a conta. Ao cidadão brasileiro comum – este não, este merece respeito e reajuste, incluindo eles próprios da mídia. Ao funcionário público, que venha a Corte Marcial, com parcialidade, injustiça e desrespeito, por vias indiretas a chamar-nos de “sanguessugas”, a exigir que direitos constitucionais sejam-nos negados, em nome do bem comum. E nem venham nos dizer que “pagam o nosso salário”, pois nós também nos “autopagamos”, uma vez que, como todo cidadão brasileiro comum, pagamos impostos e taxas em tudo que consumimos. Isso sem falar de nossas altas contribuições previdenciárias que, ao contrário das contribuições previdenciárias da iniciativa privada, incidem integralmente sobre os nossos vencimentos brutos, e que continuamos a pagar, mesmo depois de conquistar a aposentadoria. É a isso tudo que chamam de abacaxi. Um detalhe: o abacaxi também subiu de preço! Portanto, sugiro aos nobres cidadãos da mídia que sejam coerentes: quando chegar a sua vez de pleitear aumentos de salários, não venham bater às nossas portas clamando correção monetária, aumento real, benefícios e outros mais. Portem-se com a moralidade e grandeza que tanto pregam, e colaborem para o bem comum da sociedade nesse momento de crise internacional. Não venham socorrer-se no Judiciário, exigindo exatamente os mesmos direitos que insistem em incitar a sociedade que nós, funcionários públicos, somos indignos de recebê-los! Ou serão tais matérias, insistentemente veiculadas na imprensa, mais uma vez, meras bravatas descompromissadas com a verdade? Afinal, somos todos brasileiros – temos que dar e receber o mesmo da Nação!

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