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Novo primeiro-ministro grego promete fim da austeridade e volta da soberania do país

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O partido de esquerda Syriza venceu as eleições na Grécia no último domingo, 25, e governará o país pelos próximos três anos em substituição ao conservador Nova Democracia. O Syriza se converteu no primeiro partido antiausteridade a alcançar o governo na Europa e Alexis Tsipras será o primeiro-ministro mais jovem da Grécia em um século e meio.

Confirmando as pesquisas eleitorais, o partido, que tem como líder Alexis Tsipras, conseguiu 149 das 300 cadeiras do Parlamento e ficou a duas de não precisar de coalizão para governar. No entanto, o partido já firmou uma aliança com o partido Gregos Independentes, da direita nacionalista do país, para contar com maioria.

A Coalizão de Esquerda Radical (Syriza) defende a renegociação da dívida de 321 bilhões de euros com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a chamada Troika, que impõe medidas de austeridade ao país desde a crise de 2008.

“A população grega fez história e deixou para trás cinco anos de humilhação e sofrimento. Vamos recuperar nossa soberania, com nossas propostas de negociação”, afirmou o novo líder, em seu longo discurso de posse. A crise de 2008 praticamente destruiu a Grécia, levando ao corte de milhares de empregos e de benefícios sociais, redução dos salários no funcionalismo público e com a saída de milhares de gregos do país em busca de oportunidades. Os gregos estiveram, inclusive, a um passo de serem expulsos da zona do Euro.

Aliança pode trazer atritos

A União Europeia vê a vitória do Syriza com apreensão, já que ele defende a renegociação de 50% da dívida pública grega a uma moratória temporária do restante. A aliança com o partido de ultradireita Gregos Independentes não é totalmente inesperada, já que ambos se aproximaram em 2012, ao votarem contra o programa para cortes de gastos do então primeiro-ministro Antonis Samaras.

Ambos se referem ocasionalmente aos credores internacionais como “ocupadores da Grécia” e são opositores acirrados das medidas de austeridade, mas, apesar disso, os programas dos partidos diferem em outras questões centrais. Os populistas de direita se opõem à separação entre Igreja e Estado, pleiteiam alívios fiscais como incentivo ao investimento e querem a extradição dos imigrantes sem documentos. Para o Syriza, partido do novo primeiro-ministro, essas são todas exigências inaceitáveis.

De qualquer forma, os gregos acreditam que a eleição de Alexis Tsipras trará ao povo dias melhores, ainda que também haja quem acredite que as expectativas do novo governo não são realistas.

Apreensão internacional

A incerteza também atinge a imprensa europeia e os mercados europeus. O jornal inglês Financial Times questiona Tsipras será o novo “Lula ou Chávez“, fazendo menção aos ex-presidentes do Brasil e da Venezuela e seus estilos diferentes de governo.

Os mercados europeus e asiáticos reagiram com agitação aos resultados eleitorais gregos já na segunda-feira, 26. A Bolsa de Milão registrou queda de 1,14%, enquanto a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 0,25%. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, garantiu que o novo governo grego será intimado a cumprir seus acordos com a UE. “Entre o que é dito em campanha eleitoral e o que é realmente aplicável há grandes diferenças”, ressaltou Schulz.

Com informações de: Jornal do Brasil, Deutsche Welle e Brasil de Fato

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