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Novas suspeitas sobre o banqueiro Daniel Dantas

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A Polícia Federal (PF) já identificou novos indícios que reforçam as suspeitas de que o banqueiro Daniel Dantas, acusado de tentativa de suborno, teria praticado outros quatro crimes. A PF está fazendo cruzamentos de informações colhidas pelo delegado Protógenes Queiroz na primeira fase de apuração da Operação Satiagraha com os resultados das primeiras análises dos documentos apreendidos na ação policial, além de ter colhido novos depoimentos. Investigadores confirmam que o banqueiro pode ser denunciado por formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira.

Para dar agilidade às investigações e evitar que as provas colhidas por Protógenes sejam anuladas pela defesa de Dantas na Justiça, os delegados que cuidam do caso estão tentando encontrar elementos que reforcem a apuração. Em confronto com superiores, o delegado saiu do caso logo depois da Operação Satiagraha. A PF passou o inquérito para o delegado Ricardo Saadi.

Por meio de novos depoimentos, a PF encontrou indícios fortes de que o Opportunity fez depósitos para brasileiros em fundo de investimento nas Ilhas Cayman. Investigadores suspeitam que a estratégia seria usada como forma de sonegar impostos, já que as contas só poderiam ser de investidores estrangeiros. Testemunhas ouvidas pela PF confirmam a realização de aplicações. Para chegar a isso, foi analisado um arquivo apreendido ainda em 2004.

No relatório preliminar enviado ao Ministério Público Federal, a PF aponta indícios de que o banqueiro teria feito lavagem de dinheiro. Uma das suspeitas é a aquisição de imóveis por meio de laranjas ou de empresas vinculadas a Dantas. A PF procura, agora, elementos que identifiquem firmas ou pessoas que possam ter sido usadas nas transações. Além disso, investigadores suspeitam que a lavagem de dinheiro possa ter sido feita também na compra de gado.

A PF aprofundou as provas de gestão fraudulenta do banco Opportunity, mas não revelou como isso aconteceu. O grupo econômico já havia sido investigado pela Operação Satiagraha, desencadeada em julho passado. Até agora, o Fundo Especial do Opportunity teve bloqueados R$ 535 milhões no Brasil. Outros US$ 46 milhões foram seqüestrados na Inglaterra.

“É possível que surjam novos crimes”, admite um dos investigadores, ressaltando que isso pode acontecer durante a análise dos documentos. O relatório feito pela PF indica também que houve formação de quadrilha, crime já detectado na primeira fase da Satiagraha.

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