O SITRAEMG se solidariza com a população do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), e com as famílias dos mortos e desaparecidos em consequência do rompimento de duas barragens pertencentes à empresa Samarco Mineração, ocorrido naquela localidade, na tarde dessa quinta-feira, 5 de novembro.
Como mostraram as imagens exibidas por emissoras de televisão, o rompimento das barragens causou uma enxurrada de lama que se estendeu por até 70 quilômetros a partir de sua origem, cobrindo praticamente todas as edificações do distrito de Bento Rodrigues, revirando e carregando bens diversos, inclusive veículos. Até por volta das 11h20 desta sexta-feira, 6, segundo o portal de notícias G1, foram registrados uma morte, 4 feridos e 13 desaparecidos. Mas a própria mineradora diz que busca 16 funcionários desaparecidos.
Conforme nota conjunta assinada pela CSP Conlutas e Sindicato Metabase Inconfidentes, publicada no site da Conlutas (confira AQUI), há aproximadamente um mês, essa central sindical divulgou um boletim informativo com uma grave denúncia sobre o aumento dos acidentes de trabalho na Samarco. “Mesmo diante da grave situação de risco, a Samarco manteve sua produção, sem se preocupar com a possibilidade de acidentes iminentes. Para as grandes mineradoras, o mais importante é o lucro”, denuncia a CSP Conlutas.
“A mineradora está mobilizando todos os esforços necessários para priorizar o atendimento e a integridade das pessoas que estavam trabalhando no local ou que residem próximas às barragens, além das ações para conter os danos ambientais”, informa, em nota, a Samarco Mineração.
Isto, no entendimento do SITRAEMG, é o mínimo que a empresa tem a fazer. O Sindicato também espera que o Ministério Público apure cada dano causado aos moradores de Bento Rodrigues, aos trabalhadores da empresa, aos familiares das vítimas, ao município e ao meio ambiente, cobrando posteriormente da empresa a reparação dos prejuízos e investigando eventuais omissões ou erros que tenham sido cometidos por órgãos oficiais de licenciamento e fiscalização ou pelos legislativos e executivos municipais e estaduais.
São muitas as tragédias ambientais e humanas que já assistimos em razão da ganância do capital pela atividade mineradora. Além desta, podemos citar, só em Minas Gerais, como lembra a edição de hoje do jornal Estado de Minas: rompimento da barragem de contenção de rejeitos de minério de ferro da Mineração Rio Verde Ltda., em Nova Lima, que matou cinco trabalhadores, em 21 de junho de 2001; rompimento da barragem de rejeitos industriais na Fazenda Bom Destino, em Cataguases (Zona da Mata), deixando um rastro de destruição na região, em 29 de março de 2003; rompimento da barragem Rio Pomba Cataguases, em Miraí (Zona da Mata), que despejou dois bilhões de litros de lama em rios da região e atingiu outros municípios de Minas e do Rio, inundando as cidades de Muriaé e Miraí, e desalojando 4 mil pessoas, em 11 de janeiro de 2007; rompimento da barragem B1 da Herculano Mineração, em Itabirito, na Região Central de Minas, deixando três mortos, em 10 de setembro de 2014.
Para que tragédias do gênero não continuem a ocorrer, é preciso impor rigor nos processos de concessão e licenciamento ambientais, intensificar a fiscalização, punir os responsáveis por todos os danos causados e cobrar dos legislativos e executivos mais responsabilidade na liberação de empreendimentos da atividade mineradora em suas respectivas jurisdições.
Os representantes do poder público precisam tratar com mais respeito o meio ambiente e os cidadãos brasileiros.
Diretoria Executiva do SITRAEMG