Um ato organizado pelo Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Minas Gerais (Sinap-MG), com o apoio do SITRAEMG e várias outras entidades, realizado na manhã desta quarta-feira (24), na Praça Sete, em Belo Horizonte, marcou as comemorações do Dia Nacional do Aposentado, que se celebra nesta data. Aposentados e pensionistas presentes foram brindados com muita música e dança, mas o ponto alto do evento – que atraiu não só aposentados e pensionistas, mas pessoas de todas as idades que passavam pelo ponto central da capital mineira – foram os discursos dos representantes de entidades sindicais e associativas presentes, contra a Reforma da Previdência.
O coordenador geral Célio Izidoro representou o SITRAEMG no ato. Em sua fala, Izidoro parabenizou os aposentados pela passagem da data, e o Sinap-MG, pela iniciativa. Tecendo várias críticas à proposta de reforma do governo, afirmou que, se Temer insistir em aprová-la, os trabalhadores terão que começar a construir mais uma greve geral. Ele também criticou o governo por gastar milhões em recursos com propaganda para aprovar as mudanças na Previdência, mesmo estando constatado que o sistema previdenciário não é deficitário. O que precisa, defendeu, são mudanças na atual política. “Chega de governos corruptos, chega de Congresso corrupto, chega de Judiciário Corrupto e chega de grande mídia vendida”, pontuou, acrescentando que o que está ocorrendo no Brasil atualmente é a precarização dos direitos dos trabalhadores: Temer quer dificultar a aposentadoria depois de aprovar a reforma trabalhista, a terceirização sem limites e o congelamento de gastos públicos por 20 anos. “Temos que mandar um recado muito bem dado aos deputados que estão se vendendo para esse governo que não nos representa: ‘se votar, não volta’. E se voltar, além disso vamos colocar esse deputado na cadeia, que é onde merece estar”, concluiu.
Nomes dos “traidores” dos trabalhadores
Em meio ao intenso trabalho de mobilização que está sendo feito junto aos parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional, pressionando-os a votarem contra a reforma, no ato de hoje, a coordenadora da Frente Mineira Popular em Defesa da Previdência Social, Ilva Franca Lauria, leu uma lista com os nomes de todos os deputados federais do estado que votam sistematicamente com o atual governo e contra os trabalhadores. “Não podemos eleger quem vota contra os trabalhadores”, defendeu. Sobre a atual mobilização contra a PEC 287/16, relatou que o trabalho está sendo realizado principalmente com os ditos “indecisos”, que ainda não assumiram posição. Mas, otimista em relação à força de reação dos trabalhadores, disse acreditar que a PEC 287/16 nem vai ser colocada em votação no plenário da Câmara.
Manifestando reiteradamente sua indignação em relação à proposta do governo, o presidente do Sinap-MG, Adilson Rodrigues, lembrou que a própria CPI da Previdência no Senado já comprovou que a Previdência é superavitária, e não deficitária, como alardeia o Palácio do Planalto e a base governista. Já a representante da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) fez um paralelo ente as políticas de governo de Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer: o primeiro, quando era presidente da República, disse, com todas as letras, que os aposentados brasileiros são “vagabundos”; já Temer trata todos os trabalhadores como tal. “Precisamos, mais do que nunca, estarmos nas ruas, principalmente as mulheres, que vão perder ainda mais com a reforma”, conclamou. “A solução é irmos para as ruas”, reforçou o representante da Associação dos Rodoviários Aposentados e Pensionistas de Minas Gerais (ArapMG). “O que o governo gasta com propaganda para aprovar a reforma já dá para cobrir o ‘rombo” que diz ter na Previdência”, denunciou Ângela, do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel).
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