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“Não pergunte pelo PCS, lute por ele” foi o recado do Ato Público desta tarde pelo reajuste do Judiciário

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Foi ao som de apitos e falas indignadas de servidores que o triste aniversário de dois anos de “estacionamento” do PL 6613/2009 na Comissão de Finanças e Tributação – CFT foi comemorado na tarde de hoje, 13, em frente ao prédio da Justiça do Trabalho, no Barro Preto. O ato público previa, também, a realização de uma assembleia para deliberar sobre as ações do próximo ato, a ser realizado na próxima quarta-feira, dia 20, desta vez em frente à Justiça Federal. Coordenadores do SITRAEMG revezaram-se ao microfone para encorajar os servidores a descerem para a rua e participarem do ato público. 

Servidores votaram: duas horas de paralisação na próxima semana (Foto: Erinei Lima)

Logo no início, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, coordenadora-geral da entidade, leu os informes mais recentes sobre o PCS ressaltando a mudança de relatoria do projeto – agora a cargo do deputado paulista João Dado, do PDT. Ao microfone, foi lida a “Carta aos Colegas de Trabalho do TRE”, elaborada pelos servidores Dérito Tavares Júnior e Celso Ricardo Barbosa Pinho, servidores da 50ª Zona Eleitoral, de Brasília de Minas, relembrando as dificuldades que os servidores têm enfrentado e incentivando-os a aderirem à mobilização e fazerem a greve, sem a qual, segundo a carta, o governo não negociará com a categoria.

Hélio Ferreira Diogo, coordenador executivo do Sindicato, alertou os servidores de que os sindicatos estão mobilizados, mas que o sucesso da mobilização depende deles. O sindicalista também disse esperar que, nos próximos atos, os trabalhadores possam percorrer seus locais de trabalho e mobilizar os colegas, posto que o governo não mede esforços para alcançar suas metas no Judiciário, mas esquece-se de motivar seus funcionários: “o interesse do governo é colocar o Judiciário num alto patamar tecnológico, às custas de servidores alienados e desanimados”, criticou.

A coordenadora Débora Melo Mansur também expressou sua preocupação ao dizer que a categoria precisa “acordar” para a gravidade da situação. “Resta apenas um mês e meio para fazermos a CFT aprovar nosso projeto [fazendo uma referência à data de envio das emendas ao orçamento de 2013 e ao recesso parlamentar, no mês de julho]. Não adianta reclamar, é preciso partir para a mobilização porque este é um ano eleitoral, a hora é agora”, disse Débora, reforçando a necessidade de união em torno da luta, não só com uma paralisação da Justiça Eleitoral, mas também da Federal e da Trabalhista.

“Não pergunte pelo PCS, lute por ele”

Pouco antes da assembleia que definiria as próximas atividades dos servidores mineiros na luta pelo PL 6613/2009, o “bolo do PCS” foi cortado e distribuído entre os manifestantes. Lúcia Maria Bernardes convidou os presentes a se servirem e lamentou a comemoração representada: “esse é um bolo de tristeza, para um triste aniversário”, citando também a ausência do projeto na sessão da CFT desta quarta.

"Bolo da tristeza" marcou os dois anos em que o PCS está parado na CFT (Foto: Erinei Lima)

O coordenador-geral do SITRAEMG e membro da coordenadoria da Fenajufe, Hebe-Del Kader Bicalho, criticou duramente a postura do Governo Federal, que se recusa a negociar com os servidores da União mesmo frente a tantas greves acontecendo – haja vista a das universidades federais, que já conta com a adesão de 51 entidades. Hebe-Del ressaltou a importância de acompanhar o que acontece em Brasília e relembrou as dificuldades de governos anteriores, quando os servidores amargaram anos e anos sem nenhum reajuste: “não tem jeito, só a greve vai resolver. Se não lutarmos, eles [governo e aliados] vão matar nosso PCS com um tiro só”, advertiu o coordenador.

Hebe-Del também deu incentivo aos colegas para que não deixassem de participar das mobilizações e passou um recado claro: “quando vocês voltarem para seus locais de trabalho e aqueles colegas que não querem descer perguntarem o que foi falado aqui [no ato público], digam a eles ‘não pergunte sobre o PCS, lute por ele’, para que eles venham lutar conosco ao invés de só ouvirem o que temos a dizer”.

Os coordenadores Artalide Lopes Cunha, Adriana Corrêa Valentino e José Francisco Rodrigues também estiveram presentes ao ato.

Paralisação será de duas horas

Conforme previsto em edital, o ato público de hoje também previa uma assembleia, na qual os servidores deliberaram sobre o que será feito no ato da próxima semana, no dia 20, em frente ao prédio da Justiça Federal, no bairro Santo Agostinho. Três propostas foram apresentadas – paralisação de duas horas, paralisação de 24 horas e greve por tempo indeterminado – mas a maioria votou pela paralisação de duas horas.

Ao defender a proposta de paralisação por duas horas, Fernando Neves, servidor do TRE, reconheceu as dificuldades em construir a mobilização, causadas pelas reações dos tribunais, mas frisa que é preciso persistir. “O governo gosta muito de elogiar a eficiência do TRE, mas não dá uma contrapartida a esse esforço todo – cadê o apoio a esses servidores? As funções comissionadas do TRT estão sendo cortadas e a Justiça Federal de Minas, que detém cerca de metade dos processos de todo o TRF-1, está sobrecarregada e cadê o reconhecimento do governo ao nosso trabalho?”, cobrou o servidor.

Para Luiz Fernando Rodrigues, servidor do TRT e conselheiro fiscal do SITRAEMG que defendeu a greve por tempo indeterminado, a categoria precisa se dar conta da gravidade do momento pelo qual estão passando. O servidor fez um apanhado das greves e escândalos políticos que o país vem enfrentando e foi firme ao dizer que “este governo [o governo Dilma] não sabe administrar o país. Por isso eu defendo a greve geral, nacional e por tempo indeterminado”, frisou, acrescentando que “precisamos [a categoria] brigar pelo nosso plano de carreira, precisamos discutir uma mobilização nacional”.

Encerrada a votação da próxima atividade dentro da luta pelo PCS, o servidor Leonardo Andrade, também do Tribunal do Trabalho, propôs aos colegas o compromisso de levar para o próximo ato mais um colega, criando assim um “efeito cascata” em prol do movimento. A proposta do trabalhador veio reforçar um ponto em comum em todas as falas, fossem de sindicalistas ou servidores, da necessidade de união frente à resistência do Governo Federal.

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