Centenas de pessoas foram às ruas de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (08/03) pelo Dia Internacional da Mulher e contra a reforma trabalhista e previdenciária. A Praça da Liberdade, lugar escolhido para a concentração do ato, foi palco de discursos efervescentes contra a reforma e os retrocessos que a PEC 287 pode impactar diretamente a vida de todos e principalmente a vida das mulheres.
Às 15h30, horário marcado para o início da concentração, já era possível ver no coreto da praça faixas apresentando palavras de ordem contra as reformas propostas pelo Governo Temer. Representantes de sindicatos, coletivos e organizações de luta social participaram da manifestação com cartazes e placas que exaltavam a força da mulher nas lutas diárias e os retrocessos que as mudanças na Previdência podem causar. Para agitar e trazer mais animação para o ato, mulheres do ‘Tambor de Luta’ fizeram uma roda de batuque durante a concentração.
Fernanda Flávio Martins, diretora de base do Tribunal Regional do Trabalho, participava do ato e lembrou da importância da iniciativa de mulheres na manifestação, uma vez que, diariamente, mulheres enfrentam jornada dupla, e desigualdade no mercado de trabalho. “Essa estrutura perversa só vai ser vencida com muita persistência”, destacou.
No ato, servidoras do SITRAEMG carregavam placas com o lema: “Diga não à Violência contra a Mulher: Diga não à PEC 287” e “Mulheres tomando a frente das decisões que afetam nossas vidas: Somos contra PEC 287”.
“Essa manifestação é um termômetro de muitas lutas que ainda estão por vir”, disse Juliana Benício Xavier, assessora jurídica do Sindicato. Para ela, a manifestação é uma prova de que os brasileiros não vão se calar diante dos retrocessos do atual governo.
Nathália Rodrigues, estudante de psicologia carregava na camisa adesivos contra a reforma e de exaltação as lutas feministas. “A mulher sofre constantemente assédio, preconceito e discriminação no mercado de trabalho e por isso não deve se calar. Lugar de mulher é na rua, lutando pelos seus direitos”, enfatizou.
Em cima do carro de som, a drag queen Cristal Lopez fez uma performance ao som da música “A mulher do fim do mundo” de Elza Soares. A manifestação seguiu pela Avenida João Pinheiro por volta das 4h30 da tarde, ao som de gritos de indignação e paródias políticas de marchinhas famosas. Durante o percurso, mulheres da ocupação Olga Benário estenderam suas faixas de luta contra a cultura do estupro e contra o desmonte da Previdência.
No cruzamento da Avenida João Pinheiro com a Rua dos Guajajaras, uma forte chuva pegou os manifestantes de surpresa. Mesmo assim, o ato seguiu firme, passando em frente ao prédio da Prefeitura de Belo Horizonte e terminando a noite, na Praça Sete.
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