Morre o socialista Célio de Castro

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Célio de Castro faleceu aos 76 anos, no Hospital Mater Dei, na manhã deste domingo (20/07), por falência múltipla dos órgãos. Detentor de um extenso currículo político, com ampla repercussão na área social, Célio de Castro foi eleito prefeito de Belo Horizonte, em 1997, protagonizando a maior vitória eleitoral do país com 76,5% do total de votos válidos.

Em 2000, foi reeleito para o mandato entre 2001 e 2004, deixando na cidade a marca da sua gestão, com a implantação e consolidação de programas pioneiros e definitivos na história da cidade, como o Orçamento Participativo, a universalização do atendimento na área social, na saúde e na educação, além de avanços na infra-estrutura da capital . Célio integrou o início da gestão democrático-participativa em Belo Horizonte quando , em 1992, compôs a chapa do ex-prefeito Patrus Ananias como candidato a vice.

O prefeito Fernando Pimentel, que compartilhou essa experiência como secretário da Fazenda e também vice-prefeito, lamentou profundamente a perda do homem público e amigo. Cumprindo agenda administrativa nos Estados Unidos, Pimentel considerou, em nota divulgada neste domingo, que o “Brasil perde um homem que dedicou toda a sua vida às causas públicas e à defesa dos direitos das pessoas, especialmente das mais humildes”.

De acordo com o prefeito, Célio de Castro é um exemplo de dignidade, delicadeza, inteligência e carinho pelas pessoas. “Dr. Célio de Castro nos ensinou que política se faz de forma fraterna, sempre em busca da justiça social. Lamento profundamente a perda deste amigo e companheiro de caminhada, a quem serei eternamente grato”, afirmou, rendendo as suas homenagens aos familiares e aos amigos do ex-deputado.

Também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Aécio Neves manifestaram a sua tristeza com o falecimento. “O companheiro Célio tinha duas virtudes políticas que se destacavam: a transparência e o compromisso social. Célio dizia que todo governante precisava assumir compromissos claros com a população, abrir espaço para a participação popular e trabalhar sem trégua em favor da inclusão social dos segmentos menos favorecidos da sociedade” , afirmou o presidente. Segundo Lula, Célio deixou como legado “a cultura do entendimento, da aliança de pessoas em torno de uma causa maior”.

Apontando o profundo humanismo que marcou a trajetória do ex-prefeito, como médico ou como homem público, o governador Aécio Neves considerou que a morte de Célio deixa de luto não apenas Belo Horizonte e Minas, mas todo o país. Ele salientou, ainda, os inegáveis avanços sociais e de infra-estrutura que marcaram a capital durante a sua gestão. “Seu colega na Constituinte, tornei-me reverente admirador da forma como defendia seus princípios. Cortês e elegante no trato com seus pares e equilibrado nos debates que travava, doutor Célio defendia com vigor e intransigente rigor ético as teses que apoiava”, definiu.

Deputado nota dez

Natural de Carmópolis de Minas, médico, Célio de Castro foi deputado federal por dois mandatos , entre 1986, quando foi eleito constituinte, e 1990, e entre 1990 -1994, líder da bancada do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Câmara Federal e presidente do PSB em Minas Gerais. Seu trabalho foi reconhecido pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), como um dos “Deputados Nota Dez”, distinção concedida a apenas a quatro parlamentares, entre os 53 representantes de Minas Gerais .

Sempre mantendo o seu trabalho como médico, participou intensamente das lutas políticas pelo fim da ditadura militar, a favor da anistia e pelas eleições diretas. Em 1992, foi eleito vice-prefeito respondendo, no primeiro ano, também pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, e coordenou a Frente Nacional de Prefeitos até 2000. Em 2001 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, em novembro do mesmo ano, entrou em licença médica para tratamento de saúde.

Célio de Castro formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1958 e participou da implantação dos primeiros Centros de Tratamento Intensivo de Minas Gerais. Publicou inúmeros trabalhos e foi co-autor do livro “Emergências Médicas”, da Editora Guanabara-Koogan, incluído no currículo de todas as Faculdades de Medicina do país e traduzido em vários idiomas.

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