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Massacre de Felisburgo: acusado será julgado hoje em BH e MST pede justiça, em frente ao Fórum

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Está agendado, para esta quarta-feira, 21, o julgamento do mandante e executor do Massacre de Felisburgo, Adriano Chafik, no Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte (MG). A sessão estava marcada para iniciar às 8h30.
 
Chafik é acusado de executar e ser o mandante do Massacre de Felisburgo, como ficou conhecido o episódio ocorrido em 20 de novembro de 2004, em que cinco sem terra foram mortos e outros 12 ficaram feridos na cidade do Vale do Jequitinhonha (MG). Na época, os trabalhadores estavam acampados em uma fazenda, que era propriedade pública disputada por Adriano Chafik. Ele entrou com pedido de reintegração de posse, que foi negado. Chafik teria, então, reunido um grupo de homens para invadir o acampamento. Cinco trabalhadores morreram, 12 ficaram feridos e mais de 20 casas foram incendiadas.

O julgamento estava previsto para a comarca de Jequitinhonha, que atende ao município de Felisburgo, onde aconteceram os crimes, mas foi transferido para Belo Horizonte para garantir a segurança dos envolvidos. Os quatro réus que serão julgados nesta quarta não são os únicos que respondem pela chacina. Há pelo menos outras oito pessoas que são réus em outros processos relacionados ao caso de Felisburgo. Esses processos continuam correndo na comarca de Jequitinhonha e ainda não estão prontos para ir à plenário.

O julgamento

Esta será a terceira tentativa de julgamento do réu confesso, já que nas outras duas vezes em que o julgamento tinha sido marcado, Chafik conseguiu adiá-lo. O primeiro julgamento foi adiado de janeiro para maio deste ano por falta de relatório e, posteriormente, a pedido de um dos advogados de defesa, para esta data de agosto.

Serão julgados o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, Washington Agostinho da Silva, Milton Francisco de Souza e Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira. Um dos réus, Admilson Rodrigues Lima, acusado de contratar os assassinos, morreu em janeiro deste ano, aos 77 anos. Ele aguardava o julgamento em liberdade.

Segundo o deputado federal Nilmario Miranda (PT-MG), “é impressionante ver como a Justiça funciona para uns, com celeridade, e para outros, os mais pobres, ela tarda e abre brechas para permitir que a dor se perpetue”.

 
No entanto, o deputado acredita que desta vez o julgamento de fato irá acontecer, “pois não há mais justificativa para a sociedade como um assassino confesso fica solto por 8 anos, pondo em risco a segurança da população”.
 
Mobilização em frente ao Fórum
 
“Indignou-nos principalmente o último adiamento, pois demonstra como a justiça é falha e tem suas brechas, permitindo ao advogado do assassino confesso alegar a ‘necessidade’ de ouvir 60 testemunhas na véspera do júri, depois de quase nove anos de impunidade”, disse Enio Bohnenberger, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
 
Para os dias do julgamento, os sem terra prometem se mobilizar em frente ao Fórum até a condenação definitiva do fazendeiro. “E não vamos arredar o pé ou nos intimidar com qualquer manobra da defesa de Chafik. Viremos a Belo Horizonte quantas vezes sejam necessárias, e não descansaremos até que a Justiça seja feita”, observou Enio.
 
Para a semana do julgamento, está planejada a chegada de 20 ônibus do interior do estado de Minas Gerais, totalizando cerca de mil militantes do movimento.
 
Se for condenado, o latifundiário vai acumular mais uma derrota sobre o caso, já que no ano passado havia perdido ação em que reclamava a propriedade de 515 hectares da fazenda, palco do massacre. Segundo o STJ, as terras foram griladas pelo réu e devem ser destinadas à reforma agrária. Outros 1.200 hectares foram decretados de interesse social pelo presidente Lula em 2009.
 
FONTE: Portal Minas Livre e G1
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