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Mais Médicos: presidente do CRM-MG continua gerando polêmica sobre o programa

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De autoria da FolhaPress, foto de médico cubano sendo vaiado e xingado na saída do curso de capacitação em Fortaleza rodou o mundo, horrorizando a todos pela atitude entre colegas de profissão.

A vinda de médicos estrangeiros para ocupar as vagas preteridas pelos colegas brasileiros nas cidades do interior do país, ou nas periferias das grandes cidades, continua rendendo polêmicas de todos os tipos. Manifestações acaloradas de apoiadores e detratores do programa Mais Médicos, do governo federal, e dos próprios profissionais, explodem o tempo todo na internet e nas ruas, mostrando inclusive – e infelizmente – que o brasileiro, apesar da fama de “boa praça”, é sim, racista e xenofóbico; haja vista a recepção que alguns profissionais de Cuba tiveram em Fortaleza (veja aqui).

Os argumentos utilizados pelos médicos que protestam incluem desde acusar os cubanos de não terem competência técnica, até de serem “escravos” do regime instaurado por Fidel Castro (atualmente afastado do governo de Cuba, que é exercido por seu irmão, Raul Castro). Por outro lado, esses mesmos médicos parecem não se importar muito com a atitude de colegas como os de uma reportagem do SBT, que fraudam tranquilamente o registro de ponto de um hospital público em Araruama (RJ) para atender seus pacientes de clínicas particulares em outro município – veja a reportagem aqui.

E Minas é o destaque

Uma das declarações mais assustadoras a respeito da vinda dos estrangeiros – mais especificamente os cubanos, principal alvo dos protestos dos brasileiros – partiu exatamente do presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista Gomes Soares. Em declaração ao jornal Estado de Minas, o médico, além de dizer que a entidade irá negar registro aos profissionais estrangeiros, também afirmou que os denunciaria por exercício ilegal da profissão e que instruiria “os seus médicos” a não socorrerem pacientes vítimas de eventuais erros dos recém-chegados.

Nesta semana, Soares deu nova entrevista ao jornal, desta vez em uma matéria que contrapõe suas opiniões às do secretário de Atenção à Saúde do ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, favorável ao programa. Com mais declarações polêmicas, o presidente da entidade de classe dos médicos disse que o Mais Médicos “não é um programa, é uma proposta político-eleitoreira” e criticou os médicos estrangeiros com base em critérios muito, pode-se dizer, particulares: “A filmagem dos cubanos chegando ao aeroporto parece mais o time do River Plate quando veio jogar em BH. Não é comportamento compatível com um profissional de nível superior. Não é preconceito, mas postura. Como acreditar em um profissional que chega balançando bandeirinha? Vi uma doutora com unha enorme. Como vai apalpar uma barriga?”.

A íntegra da entrevista do presidente do CRM-MG pode ser lida aqui, publicada no site do jornal Estado de Minas em 1º de setembro. As declarações do médico se parecem, inclusive, com outras que também geraram grande revolta nos últimos dias e levaram à demissão de uma jornalista do Rio Grande do Norte. Ao que parece, a onda de manifestações não terminará tão cedo, ainda que a população mais pobre prove que a vinda dos estrangeiros foi, na verdade, uma excelente ideia.

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