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Magistrado condena “terror” da inteligência artificial contra os trabalhadores, em evento do Sitraemg

“A inteligência artificial tem que ser de domínio público. E a classe trabalhadora tem que participar desse processo”, defendeu o palestrante
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“A inteligência artificial deveria estar sendo utilizada para melhorar as nossas condições de trabalho, mas não está. Estamos trabalhando muito mais, e passam a ideia de que ela está reduzindo o volume de trabalho. O próprio conteúdo que a alimenta de informações indica que alguém já trabalhou por ela”.

Esse foi o alerta feito pelo desembargador aposentado do TRT15 Jorge Luiz Souto Maior, que é também professor da Universidade de São Paulo (USP), em palestra que proferiu na noite de quinta-feira, 24 de outubro, no auditório do TRF6, em Belo Horizonte. Ele abordou o tema “Inteligência Artificial e a precarização do trabalho no serviço público”.

O coordenador do Sitraemg David Landau com o palestrante, desembargador aposentado Jorge Luiz Souto Maior

A palestra, seguida de debate conduzido pelo coordenador do Sitraemg David Landau, foi mais uma das atividades promovidas pelo sindicato em comemoração ao Dia do Servidor (veja a programação completa). Também esteve presente a coordenadora Alessandra Barbosa.

O sindicato convidou os presidentes dos quatro tribunais. O do TRE-MG foi representado pelo secretário de Gestão de Pessoas, Antônio Faria Neto.

Confira a íntegra da palestra:

Novas tecnologias como instrumento de domínio do poder econômico

O palestrante salientou que não se deve considerar a inteligência artificial uma ameaça ao trabalhador. Conforme avaliou, trata-se apenas de uma máquina que acumula e processa informações já conhecidas.

A coordenadora do Sitraemg Alessandra Barbosa, o secretário de Gestão de Pessoas do TRE-MG, Antônio Faria Neto; o desembargador do TRT15 aposentador Jorge Luiz Souto Maior; e o coordenador do sindicato David Landau

O que deve ser observado, segundo disse, é que, como toda nova tecnologia, também a inteligência artificial acaba sendo apropriada pelo poder econômico. Fruto do modelo capitalista que busca controlar a classe trabalhadora com a estratégia de alcançar os mais altos lucros, na iniciativa privada, e os maiores resultados, no setor público, com menores custos.

Dentro dessa lógica, usa-se o discurso de que o ser humano vai ser substituído pela tecnologia com o objetivo único de “achincalhar a consciência de classe”. “Quem detém o poder político tem o domínio da tecnologia, inclusive para dominar a classe trabalhadora”, lembrou Souto Maior.

Lógica produtivista

O magistrado citou como exemplo o estabelecimento de metas no poder judiciário, com a finalidade de obter aumentos significativos de produtividade, mesmo diante de um quadro funcional cada vez mais reduzido, criando-se toda sorte de infortúnios para os servidores, como o adoecimento e a sujeição ao assédio moral.

Mas ele salientou que todo esse terror que se faz em torno da inteligência artificial acaba se apresentando como um grande desafio para a classe trabalhadora, que, na sua opinião, precisa se fortalecer para essa disputa de poder. “Precisa recuperar sua consciência como classe trabalhadora, através do conhecimento”, propôs.

“A inteligência artificial não pode ser propriedade privada. Tem que ser de domínio público. E a classe trabalhadora tem que participar desse processo”, sentenciou o palestrante.

Assessoria de Comunicação
Sitraemg

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