Encerradas as palestras sobre Conjuntura e a Dívida Pública, primeira etapa do Encontro Regional dos Servidores do Judiciário – Polo Paracatu, realizado na manhã desse sábado, 9, na Câmara Municipal de Paracatu, passou-se para os debates. A servidora Deuslira elogiou e agradeceu a iniciativa do Sindicato (do Encontro) e os palestrantes. Mas reclamou: “Como não desanimar (na luta), se o serviço está aumentando, o PJe não para? O que podemos fazer contra tamanha voracidade do governo?
O coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro reforçou a necessidade de continuar cobrando a realização de uma auditoria da dívida, de reforçar as lutas contra o projeto de terceirização no Congresso (PL 4330/04), lembrando que essa prática é uma dos itens do imenso conjunto de propostas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para flexibiliazação das leis trabalhistas, e contra o próprio PLP 257/16.
Gustavo Machado alertou mais uma vez que a única via para mudar esse estado de políticas contrárias aos direitos dos trabalhadores é a da mobilização e da greve. Avaliou, também, que isso não vai ser resolvido somente com a retirada da presidente Dilma, mas de todos os políticos que fomentam e mantém esse sistema perverso que perdura ao longo da história do País. Mas há um lado positivo, ponderou. “Estamos tendo todo mundo discutindo política. Temos que catalisar essa situação favorável e também nos mobilizar”.
Machado convidou os servidores a lerem os artigos de profissionais do Ilaese que estão sendo publicados semanalmente no site do SITRAEMG. Ele também reafirmou que a previdência é superavitária, com tendência de aumentar ainda mais a arrecadação, já que o País tem a maior percentagem da população na ativa. O problema são as prioridades escolhidas pelo governo, que, a seu ver, devem ser questionadas.
Quanto à corrupção tão denunciada pela mídia, Gustavo Machado opinou que todos os acusados devem ser investigados e presos, mas salientou que essa prática é fomentada por “forças” que estão por trás desses indivíduos e que é com isso que a população tem que se preocupar ainda mais. Os interesse privados por trás dos cargos públicos para os quais seus cúmplices são eleitos. “É um cenário que temos que batalhar para mudar”, reiterou.
Propostas de luta
Ainda sobre o PLP 257, o coordenador do Sindicato Henrique Olegário Pacheco reforçou: “é nocauteador, é desumano”. Ele também comentou que o Supremo Tribunal Federal é o “supremo da subserviência”, não sai em defesa de seus próprios servidores. “Os colegas tem que entender isso. A gente tem o que tem porque a gente luta. Isso tem que ser levado para a faculdade também, para discussão”, ensinou.
Célio Izidoro relatou que, desde quarta-feira da semana passada, até sexta-feira, equipes de coordenadores e funcionários do Sindicato percorreram os locais de trabalho de cidades da região de Paracatu, ouvindo os servidores, e, desses contatos, chegou à conclusão de que uma das bandeiras da categoria atualmente é o “fora todos”, independentemente do partido a que estejam vinculados, relativamente aos políticos que vem sendo denunciados por corrupção. Além disso, os servidores querem luta contra o PLP 257/16, pela melhoria do PL 2648/15, pela suplementação orçamentária para pagamento dos 13,23% na Justiça Federal, e que esse direito se estenda também aos servidores das Justiças do Trabalho e Eleitoral, suplementação orçamentária para implementação da isonomia entre chefes de cartórios (lei 13.150/2015). São as propostas “emergentes”, frisou. “Que já saiamos deste encontro com o compromisso de armar os servidores para a luta contra as armadilhas que armam contra a categoria”, conclamou.
A servidora Ruth Esther pediu que se faça um trabalho de conscientização junto à categoria, para que todos pensem mais no coletivo, não se apegando à FC que lhes é oferecida, pois é passageira. Assim fica parecendo que o servidor é “comprado”, lamentou. Para ela, todos têm que trabalhar em conjunto.