Se tem algo que um sindicato de trabalhadores deve ter é a capacidade de se indignar. Será o lucro maior que os valores humanos?!
Estávamos os membros da Diretoria Executiva do Sitraemg saindo de uma reunião ordinária na sede da entidade, na última sexta-feira, às 22h20. De repente, desceu pela rua Euclides da Cunha um ônibus do transporte coletivo de Belo Horizonte em disparada, sem freios, invadindo o passeio da esquina da rua Euclides da Cunha com a avenida Amazonas.
O veículo passou por nós com muita velocidade, obrigando-nos a nos refugiar por detrás das árvores. Porém, na esquina da rua Euclides da Cunha com Av. Francisco Sá atingiu um carro que estava do outro lado, prensando-o contra uma outra árvore.
Por sorte, o ônibus se dirigia à garagem, sem nenhum passageiro, e o motorista não se feriu. Mas duas pessoas que estavam no carro atingido não resistiram aos ferimentos. Morreram de forma brutal e repentina.
Até quando o lucro falará mais alto? Qual é o nível de responsabilidade social exigido de uma empresa? Será que a manutenção preventiva/periódica desse veículo, ou melhor, da enorme frota que transporta milhares e milhares de vidas diariamente tem sido realizada com excelência e seguindo as recomendações dos fabricantes desses veículos? E a fiscalização das manutenções sob a incumbência do poder público tem ocorrido? São perguntas que deixamos para respostas, e reflexão.
Esperamos que a justiça, ao julgar as consequências desse triste fato, tenha o máximo de sensibilidade com esses irmão/irmã, filho/filha, pai/mãe que perderam seus entes queridos. Sendo as vítimas médicos, há também que se pensar sobre os pacientes desses profissionais que se encontravam em tratamento, e que não os têm mais para dar continuidade.