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Juiz e assessor de Divinópolis são afastados pelo TJMG após graves denúncias de assédio e agressões

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O juiz Ather Aguiar e um assessor, ambos da Comarca de Divinópolis, foram afastados depois de uma medida cautelar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O caso corre em segredo de Justiça. Mas, no documento com a decisão de afastamento, as trabalhadoras do judiciário dão detalhes dos assédios físicos, sexuais e morais. Há áudios e vídeos confirmando as denúncias contra juiz e assessor.

Em depoimento à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), assistentes revelaram muitas formas de agressão e constrangimento.

Ather Aguiar as submetia a ritos, que ele chamava de “batizado”. Ele oferecia biscoito e suco como “hóstia e vinho”, trocava o nome por um nome que ele acha que a estagiária ou assistente se chamava.  

“Nisso a gente sentava na cadeira, ele colocava gravata, uma fralda na cabeça e dava a gente bolachas de arroz como se fosse corpo de Cristo. Depois dava suco de uva como se fosse sangue de Cristo,” conta uma depoente.

Depois das bolachas e do suco de uva, a mulher teria sido obrigada a tomar óleo de copaíba. A trabalhadora alega que foi obrigada a ingerir tanto óleo que não conseguiu trabalhar no dia seguinte.

Agressões

O juiz acusado de assédio ainda impunha punições para as trabalhadoras. Segundo a assistente W, o juiz dizia ser “o teu Deus” e impunha três penitências: holodomor, gulag e dizimação.

O primeiro termo faz referência aos milhões de mortos de fome na Ucrânia na década de 1930, enquanto o segundo faz referência aos campos de concentração na União Soviética.

“Holodomor é quando a gente fica, no corredor dos outros juízes, onde não tem saída e a gente fica lá enquanto ele quiser. O Gulag é quando ele manda a gente para o corredor público. Dizimação é mais grave (vítima faz sinal de corte no pescoço). Ele aplica as penalidades da forma que acha que tem que aplicar. Pode ser por um comentário que ele não gosta,” conta a assistente.

Relatos de sonhos eróticos com as trabalhadoras também faziam parte do assédio cometido pelo juiz. Também havia agressões

Uma estagiária disse que frequentemente era alvo de livros arremessados pelo juiz. Uma dessas vezes, o livro fez um corte na boca dela, fato que foi presenciado por outra funcionária. Ela conta que Ather não pediu desculpas, mas ofereceu dinheiro para que ela não relatasse o caso para ninguém.

Inaceitável

O Sitraemg se solidariza com as trabalhadoras vítimas do assédio. O coordenador do sindicato, Alexandre Magnus, considerou as denúncias muito graves contra o juiz e assessor.

“Nós do Sitraemg não vamos, jamais, tolerar qualquer prática de assédio moral ou sexual contra servidores do judiciário federal.  Se a servidora ou o servidor for vítima de algo parecido, deve denunciar imediatamente ao sindicato. Tomaremos todas as medidas cabíveis,” enfatizou.

 Assessoria de Comunicação
Sitraemg

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