Depois de quase três horas de reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Casa Civil, Dilma Roussef, e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, decidiram que um possível reajuste nos preços dos combustíveis será definido em uma nova reunião. Caso o governo realmente decida por um aumento, é possível que a alta não chegue, de forma integral, ao consumidor. Isso porque o preço cobrado na bomba é livre e vale a concorrência.
O coordenador da Pesquisa de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Márcio Nakane, explica que o reajuste a ser decidido pelo governo valerá para as refinarias. A expectativa é de que este aumento seja de 5%. A partir daí, o reajuste será repassado para o consumidor. Na avaliação de Nakane, é possível que a concorrência entre os postos evite uma alta para o consumidor.
“Mas, caso ocorra e se confirme o reajuste de 5%, o preço na bomba deve subir entre 2,5% e 3%”, afirma. Para Nakane, mesmo que o aumento chegue à bomba, ninguém sabe quando isso deve acontecer. Ele calcula que o impacto na inflação anual, caso o preço da gasolina aumente 5% nas refinarias, será de 0,08 ponto percentual.
Ao mesmo tempo em que a gasolina deve subir, o Brasil fará, este ano, a maior colheita de cana-de-açúcar de sua história, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Conab estima que a colheita deste ano deverá variar entre 607,8 milhões e 631,5 milhões de toneladas, número entre 8,8% e 13,1% acima da do ano passado, que foi de 558,5 milhões de toneladas.
O levantamento indica que cerca de 55% (entre 309,8 milhões e 321,9 milhões de toneladas) da cana colhida nesta safra serão usados na produção de biocombustíveis, enquanto 44% (de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas) serão transformados em açúcar. Na terça-feira, o presidente Lula voltou a garantir que a culpa da inflação nos alimentos não é dos biocombustíveis, e sim dos subsídios agrícolas dos países ricos.
Fonte: Portal Uai
