Os (as) filiados (as) do Sitraemg aprovaram, com ressalvas, as contas da entidade relativas aos períodos de janeiro a dezembro de 2022 e de janeiro a maio de 2023. Ambas se referem à gestão 2020/2023, encerrada no dia 31 de maio deste ano.
A votação ocorreu na manhã deste sábado, 26 de agosto, em assembleia geral ordinária realizada de forma híbrida.
A decisão da AGO seguiu as recomendações contidas nos pareceres do Conselho Fiscal.
Para o primeiro período, os conselheiros atribuíram a ressalva à fragilidade nos controles internos de uso do cartão de crédito corporativo, por parte da Diretoria Executiva de então, e ao fato de não terem sido buscadas as devidas soluções em tempo hábil. O uso indevido do cartão, por um coordenador da gestão anterior, gerou um grande prejuízo para o sindicato.
Para o segundo período, os conselheiros justificaram que a pendência em relação ao problema do cartão corporativo permanecia.
Ainda no parecer relativo ao período de janeiro a dezembro de 2022, o Conselho Fiscal sugeriu à Direção do sindicato que estude a utilização dos recursos provenientes do convênio com a Unimed em benefício da saúde física e mental dos filiados. “Considerando o valor de receita significativo daquele convênio”, justificou.
O colegiado também avaliou que o atual sistema de informática utilizado pelo sindicato, o Sindicalizi, não está alcançando os padrões desejáveis ou aferíveis por não estar integrado ao sistema contábil. Diante disso, recomendou a busca de um sistema mais “avançado”.
Na condição de presidente do Conselho Fiscal da gestão 2020/2023, a integrante da atual Diretoria Executiva Elimara Gaia conduziu os trabalhos a partir da sede do sindicato, ao lado dos também conselheiros Wallace Marques e Tâmisa Gonçalves.
Estiveram presentes, ainda, os coordenadores da atual Direção Fernando Neves, Eliana Leocádia, Joana D’arc Guimarães, Alessandra Barbosa e Fernando Antônio Rodrigues. Haroldo Braz, chefe da empresa que prestava serviços de contabilidade à entidade nos períodos avaliados, e o funcionário Fábio fizeram a exposição dos dados contábeis.
Os coordenadores Nelson da Costa Santos Neto, Enilson Fonseca, Alexandre Magnus e Edivalda de Andrade Silva acompanharam a AGO virtualmente.
Debate sobre as ressalvas
Membro da Coordenação na gestão 2020/2023, Lourivaldo Duarte reivindicou a retirada das ressalvas dos pareceres. Alegou que foram tomadas as medidas cabíveis em relação ao uso indevido do cartão corporativo por um então colega de diretoria. E argumentou que, se for para impor ressalvas por fragilidades de controle interno, isso teria que ser feito em relação a todas as diretorias.
Foi-lhe esclarecido, no entanto, que as ressalvas são colocadas somente como forma de advertência e orientação para as futuras diretorias.
Por sua vez, Luciana Tavares, também integrante da gestão anterior, admitiu apenas em parte as ressalvas. Para ela, a diretoria errou apenas por ter permitido que o colega de direção continuasse usando o cartão mesmo depois de saber da primeira etapa das irregularidades cometidas.
O atual coordenador geral Fernando Neves defendeu de forma veemente a manutenção das ressalvas. E aproveitou para reafirmar que a atual diretoria trabalha diuturnamente e não poupará esforços em relação à regularização e finalização da obra, e pelo correto uso dos recursos financeiros do sindicato.
A coordenadora Edivalda de Andrade também defendeu a manutenção das ressalvas, assim como o coordenador Nelson da Costa, que parte também da gestão anterior.
Ao ouvir de Lourivaldo que caberia à atual diretoria convocar a assembleia para prestação de contas, Elimara esclareceu que o Conselho solicitou várias vezes que houvesse essa convocação mais no início deste ano. Segundo ela, Lourivaldo teria alegado que não havia exigência estatutária nesse sentido e alegado que o debate sobre contas no início deste ano poderia “contaminar” o período eleitoral. “Houve vários empecilhos para essa prestação de contas”, denunciou.
A coordenadora Joana Darc também reforçou a necessidade de manter as ressalvas nos pareceres. Acrescentou que a diretoria anterior não errou somente no controle do uso do cartão. Também não contribuiu para o andamento do inquérito aberto contra o autor do desfalque, ao não aceitar receber a delegada responsável pelo inquérito para lhe prestar informações.
Alvará da sede do sindicato
Joana D’arc também criticou o fato de a obra ter sido iniciada, na gestão 2017/2020, sem o alvará de funcionamento. Ela e a colega Edivalda de Andrade registraram que a atual diretoria segue o compromisso assumido na campanha que é de adotar total transparência ao longo da gestão.
Paulo José da Silva, que foi coordenador geral da diretoria anterior e atualmente atua como conselheiro fiscal, disse considerar que todas as diretorias buscam agir de boa-fé e trabalhar com afinco pela categoria. Com o que concordou o conselheiro fiscal, das gestões atual e anterior, Wallace Marques.
Na opinião de Paulo, alguns erros ocorrem por falta de experiência dos dirigentes nas áreas administrativa e financeira. E pediu discernimento dos dirigentes e filiados na discussão sobre a questão da obra.
Elimara esclareceu, ao final, que, diante do desvio de recursos ocorrido, o uso do cartão corporativo foi cortado desde a gestão anterior.
E o coordenador Alexandre Magnus reforçou que a gestão atual está acompanhando as investigações sobre o desfalque e que também já decidiu que não aceitará qualquer tipo de acordo com o ex-dirigente do sindicato envolvido.
O Coordenador geral Fernando Neves encerrou a assembleia destacando os desafios que serão enfrentados pela atual gestão. Citou, entre outros, o processo de reestruturação da Justiça Federal no interior e a falta de recursos do TRF6, a deficiência de oficiais de justiça no TRT3 e a própria obra da sede da entidade.
“Podem ter absoluta certeza. Não pouparemos esforços para fazermos o máximo possível para a nossa categoria”, concluiu.
Assessoria de Comunicação
Sitraemg