Filiado do SITRAEMG participa de encontro de quilombolas no interior mineiro

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O servidor do TRT e filiado ao SITRAEMG Célio Izidoro participou no início deste mês (setembro), em Serra do Salitre (MG), do ”1° encontro dos quilombolas na Serra do Salitre”, evento realizado dentro das atividades da festa religiosa em louvor a Nossa Senhora do Carmo, São Benedito e Santa Efigênia, realizada naquela cidade no período de 2 a 9 de setembro.

A música e a dança de origem negra em destaque nas festividades religiosas em Serra do Salitre - Fotos cedidas pelo servidor Célio Izidoro
O servidor do TRT Célio Izidoro (de camisa vermelha), com outros particilante do encontro de quilombolas

O encontro contou com a presença de representantes de 40 comunidades do Alto Paranaíba e, segundo Célio Izidoro, ao longo do evento, 29 grupos de congados da região prestaram homenagem aos povos remanescentes de Angola, Congo e Moçambique, últimas migrações da África para o Brasil.

“As festividades representaram manifestação da nacionalidade, religiosidade e rito de resistência à escravidão do povo africano. Elas acontecem em Serra do Salitre porque o município representa o quilombo remanescente dos Ambrosio, que, com a migração urbana, sofre com a invasão de grandes empresas como Vale e Petrobrás”, explica o servidor. 

Célio Izidoro informa que, atualmente, cerca de 60 famílias quilombolas reivindicam a titularidade das terras, o que depende de decisão da justiça, e as principais lideranças vivem fora da cidade, pois sofre perseguição de grupos contrários à titularização. “Cabe lembrar que o grande quilombo que existiu no Alto Paranaíba teve suas lideranças assassinadas durante o governo Getúlio Vargas e, hoje, seus herdeiros brigam na Justiça pela titularidade. A Justiça nega não só a titularidade como o retorno dos quilombolas à terra”, salienta o servidor do TRT.

Ainda de acordo com informações de Izidoro, hoje existem frentes em defesa das terras remanescentes de quilombos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará, e no Distrito Federal. Informa, ainda, que a presença do Kilombo Raça e Classe na Serra do Salitre teve como objetivo alertar os quilombos de Minas Gerais para que saiam do anonimato e construam unidades de lutas com outras entidade de classe. “Só assim acreditamos que os quilombos possam, de fato, obter êxito na luta contra a intenção do Estado de apagar a história do povo africano neste país”, conclui o filiado do SITRAEMG.

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