Coordenadores do SITRAEMG estiveram, durante toda esta sexta-feira, 22, no I Seminário Nacional da Fenajufe de Combate ao Racismo e Identidade Negra no Judiciário Federal e MPU, realizado na sede do Sisejufe-RJ, no centro da capital fluminense. A coordenadora-geral Lúcia Maria Bernardes de Freitas e as coordenadoras regionais Iclemir Costa, Aldemar Simões e Marisa Campos representaram o Sindicato mineiro, além do coordenador executivo Carlos Humberto Rodrigues, este também coordenador da Fenajufe.
O Seminário começou no dia anterior, quinta-feira, 21, com a oficina de Jongo e Culturas Populares, também realizada na sede do Sindicato fluminense. O ministrante, Lúcio Sanfilippo, professor de Educação Física e agitador da cultura afrodescendente, também escolheu os ritmos e danças de Ciranda (de Pernambuco), Côco, Umbigada (ou Semba), Jongo e Ciranda de Itaituba (caiçara, indígena e negra) para compor a atividade. Já na sexta, a primeira atividade do dia, após a abertura, foi um painel sobre Racismo Estrutural Brasileiro, que questionou o porquê de negros serem maioria nas favelas e prisões e minorias nas universidades e no serviço público – inclusive no Judiciário Federal e Ministério Público da União.
Segundo informações do Sisejufe, os participantes reforçaram a necessidade de a sociedade e o movimento sindical intensificarem as iniciativas e propostas para fortalecer a luta contra o racismo. A implementação de cotas raciais em vários segmentos também foi defendido, inclusive para o movimento sindical. “Somos de uma categoria (Judiciário Federal) em que apenas 5% afirmam e reconhecem ser negros. O Sisejufe e a Fenajufe demonstram muita coragem ao promover o debate do tema. Esperamos sair daqui armados para combater o racismo”, defendeu Roberto Ponciano, diretor do Sisejufe e coordenador da Fenajufe.
Participante da mesa que discutiu racismo estrutural, a ex-diretora da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-RJ e professora do Colégio Pedro II, Glorya Ramos, destacou que vários setores do mercado de trabalho mantêm os negros em condição de minoria. Citou o sistema financeiro que tem menos de 5% de seus trabalhadores negros, o setor de Educação que também não abre espaço para quem não é branco e o Poder Judiciário. No mercado de trabalho, nós negros, sempre temos o nosso lugar reservado: nos cargos de limpeza e para fazer trabalho de esforço físico”, criticou.
O I Seminário Nacional da Fenajufe de Combate ao Racismo e Identidade Negra no Judiciário Federal e MPU vai até sábado, dia 23 de novembro e ainda estão previstos em sua programação a formação de uma comissão de sistematização das propostas e sugestões apresentadas durante os painéis e para a elaboração de um documento para a Fenajufe e para a comissão de combate ao racismo. Encerrando o evento, no sábado, haverá a Festa do Dia da Consciência Negra, com a presença do Jongo da Serrinha. Veja aqui a programação completa do seminário.
Janaina Rochido, do Rio de Janeiro – com informações do Sisejufe-RJ