O Sitraemg montou uma tenda em frente ao prédio do TRT3, quinta-feira, 14 de julho, para receber os servidores e as servidoras chamados para o ato público em frente ao Tribunal.
O objetivo era criar um clima de mobilização para sensibilizar os desembargadores a votarem contra a proposta de extinção de FCs 1, 2 e 3 da Justiça do Trabalho. Votada pelo Pleno na mesma data, a proposta acabou aprovada por 30 votos a 9.
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A maioria dos servidores subiu para o 10º andar e lotou o plenário. Ao longo da sessão, foram alertados pelo presidente do TRT3 que seriam retirados se seguissem comemorando os votos contrários ao projeto.
Ao lado da tenda, o grupo de percussão do sindicato, formado por filiados e filiadas, fez seu agito até o fim da sessão.
Indignação com a arbitrariedade do presidente do Tribunal
Terminada a votação, os servidores desceram e realizaram um ato final em frente ao Tribunal. Todos muito indignados com a aprovação da proposta da administração.
O coordenador do sindicato David Landau ressaltou a posição arbitrária do presidente do Tribunal. E chamou a atenção para o clima de constrangimento com que cada desembargador justificou o voto, contrário ou não, procurando sempre enaltecer o “esforço” da administração. “Não houve nenhuma democracia aqui”, frisou Landau.
“Com nove votos contrários, significa que não há consenso entre os próprios desembargadores (em relação à proposta)”, reforçou o filiado Alexandre Magnus, de Juiz de Fora. Ele saudou o ex-presidente, desembargador José Murilo de Morais, por ter cumprido o compromisso de que não colocaria a proposta em votação durante sua gestão, e por dar seu voto contrário.
“Agradecemos a todos os nove desembargadores que votaram contra”, completou David Landau.
“O que a gente viu aqui hoje foram vários desembargadores trabalhando em causa própria, por mais funções e servidores para eles mesmos”, denunciou Alexandre Magnus. Com o que concordou Maria Gorete de Paula Amaro, também de Juiz de Fora. Mas Gorete alertou: “Temos o nosso valor”.
“O que eles querem é acabar com a Justiça do Trabalho, porque ela faz justiça para os pobres”, resumiu a diretora de base Lúcia Bernardes, servidora aposentada de Uberlândia.
Unidade para luta e para a greve pela recomposição salarial
A indignação dos servidores acendeu ainda mais a chama para as mobilizações pela recomposição salarial da categoria. “Temos que fazer uma greve em agosto”, convocou o coordenador David Landau, referindo-se ao apagão nacional dos servidores do Judiciário, previsto para 3 de agosto no calendário nacional de mobilização da Fenajufe.
“Isso já é o princípio de uma greve”, salientou o coordenador do sindicato Nelson da Costa Santos Neto, que defendeu a manutenção da unidade da categoria. “O tempo está passando. Nosso reajuste tem que estar garantido até 30 de agosto”, lembrou, referindo-se ao prazo-limite para a verba necessária à recomposição ser incluída no orçamento de 2023.
“Vamos ter fé no futuro, que quem vai construir somos nós”, completou o também coordenador Helvécio Moreira. Servidor da Justiça em Uberlândia, Helvécio chegou com colegas a Belo Horizonte na madrugada de quinta-feira, 14 de julho. O ônibus partiu de volta ainda no final da tarde.
Também estiveram presentes caravanas de Contagem, Juiz de Fora e outras cidades do interior. Assim como servidores de outros tribunais. Além de David, Nelson e Helvécio, também marcaram presença nas mobilizações no TRT3 os coordenadores Marcus Vinícius Félix da Silva, Rosimare Alves Petitjean e Luciana Tavares.
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Assessoria de Comunicação
Sitraemg