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SITRAEMG participa de debate sobre a Justiça do Trabalho na Assembleia de Minas

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No dia 24 de agosto de 2016, a “Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais” promoveu uma audiência pública, presidida pelo deputado Geraldo Pimenta do PCdoB, para debater os cortes orçamentários impostos ao Poder Judiciário, em especial à Justiça do Trabalho, no ano de 2016.

Audiência pública na ALMG

Estiveram presentes representantes de centrais sindicais, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Associação Mineira dos Advogados Trabalhistas, da Gerência Regional do Trabalho e Emprego, bem como a presidência do TRT-3, pelo presidente em exercício, desembargador Ricardo Mohallem, e da Associação dos Magistrados do Trabalho da 3ª Região. Representando o SITRAEMG compareceram o coordenador Célio Isidoro, o assessor político Efraim Gomes de Moura e a advogada Juliana Benício, da assessoria jurídica, que integrou a mesa durante os debates.

As manifestações dos presentes convergiram no que toca à denúncia sobre a situação de penúria pela qual passa a Justiça do Trabalho, apontando que o seu desmonte vai ao encontro do interesse de setores da sociedade que pretendem sonegar direitos sociais básicos a uma camada social que não tem mais a quem recorrer.

O desembargador Ricardo Mohallem, em exercício da presidência do TRT-3, foi categórico ao discorrer sobre os que defendem o fim da Justiça do Trabalho. “Confio plenamente em que os oportunistas com visão míope dessa especializada não conseguirão suplantar esta verdade: quem conhece a Justiça do Trabalho sabe da sua importância e necessidade para o Brasil. Esses oportunistas passarão, e a Justiça do Trabalho permanecerá”, disse.

Os representantes do SITRAEMG deixaram claro que a situação de penúria pela qual passa a Justiça do Trabalho não é novidade. Ressaltaram a importância do espaço de debate, mas chamaram a atenção dos presentes para o fato de que, para resolver os problemas dessa especializada, não basta a recomposição do orçamento, visto que muito antes do corte orçamentário os servidores já sofriam com a sobrecarga de trabalho, com a falta de estrutura e com o assédio.

O coordenador Célio Isidoro lembrou que, aos servidores, são impostas metas cada vez mais rígidas, a serem cumpridas com um quadro cada vez mais enxuto, afirmando que a situação de superexploração, de assédio e de adoecimento dos trabalhadores da justiça é muito anterior ao corte orçamentário de 2016.

Os representantes do SITRAEMG afirmaram que, além de lutar pela urgente expansão do orçamento destinado à justiça, o Sindicato chama a sociedade a debater a necessária democratização do Poder Judiciário, que não é permeável a qualquer interferência popular, não sendo assegurado a servidores e jurisdicionados nenhum espaço de participação na gestão do tribunal.

Levou-se como exemplo o fato de que, quando o Tribunal alterou o horário de funcionamento para economizar R$ 1 milhão em despesas de água e luz a partir de maio de 2016, impôs autocraticamente a decisão aos servidores. A alteração no horário obrigou que todos mudassem seu ritmo de vida do dia para noite, não sendo dada a chance de os servidores apontarem quais seriam os melhores caminhos para se alcançar a almejada economia.

Quando foi aumentado o rombo na verba de custeio de 30% para 42% em decorrência da destinação de R$ 12.331.075 para o pagamento do auxílio moradia dos magistrados, nenhum cidadão foi chamado a opinar.

Não se deu chance aos servidores de manifestarem-se sobre o destino da suplementação orçamentária realizada pela MP 740/2016, sendo do interesse da categoria a recontratação imediata de estagiários, FENEIS e terceirizados, os quais foram sumariamente dispensados para adequar as finanças do TRT aos valores que lhe foram destinados no orçamento de 2016, com vistas a melhorar a prestação jurisdicional e assegurar a saúde física e mental dos trabalhadores do Tribunal.

Na oportunidade o sindicato pediu muita cautela à administração do TRT quando da destinação dos recursos orçamentários; que sejam abertos aos servidores e aos jurisdicionados, espaços de real intervenção na gestão do tribunal; que sejam recontratados FENEIS, estagiários e terceirizados; e que a sociedade mineira e a ALMG mantenham os olhos sobre o Poder Judiciário, ajudando na luta pela necessária e urgente implantação de mecanismos de democratização desse órgão.

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