Em várias falas ao microfone, categoria mostrou-se indignada com enrolação do governo Dilma e ressaltou que a luta é dura – logo, a mobilização precisa ser tão forte quanto
Em novo Ato Público realizado na tarde da última sexta-feira, 22, desta vez em frente à Justiça Eleitoral, em Belo Horizonte, os servidores do Judiciário Federal em Minas deram mais um passo na luta travada pela categoria contra o descaso do governo federal em negociar a provação do PL 6613/2009, que reajusta os salários dos trabalhadores. Quanto aos próximos passos na luta, na Assembleia, também prevista para a ocasião, os servidores definiram pela realização de assembleias setoriais (com datas e horários ainda a decidir) nos locais de trabalho e um Ato Público na quinta-feira, dia 28 de junho, em frente ao prédio dos Cartórios Eleitorais, em Belo Horizonte.
Após a saudação feita pela coordenadora-geral do SITRAEMG, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, Hebe-Del Kader, também coordenador-geral do Sindicato e membro da diretoria da Fenajufe, passou os informes a respeito das atividades em Brasília nesta semana. A respeito da reunião da Comissão de Finanças e Tributação – CFT, novamente suspensa no dia 20 por falta de quórum, o coordenador disse que o novo relator do projeto, deputado João Dado (PDT/SP), prometeu entregar seu relatório na terça-feira, 26, mas tudo indica que, ainda que ele cumpra a promessa, a sessão da CFT corre o risco de novamente não acontecer.
Além disso, segundo Hebe-Del, o próprio Dado teria dito que o governo ainda não desistiu de substituí-lo na relatoria em prol de um deputado petista, a fim de “sepultar de vez” o reajuste da categoria (veja matéria a respeito aqui). No entanto, o relator teria afirmado que não vai sair e, ainda segundo o coordenador-geral do Sindicato, o SITRAEMG fará pressão para o que o presidente da CFT, deputado Antônio Andrade (PMDB/MG), também não aceite a imposição do Palácio do Planalto.
Os servidores também foram informados sobre a reunião prevista para o início da noite de hoje entre a Fenajufe e o ministro presidente do Supremo Tribunal Federal – STF, Carlos Ayres Britto. “Não sabemos o que esperar, até porque, até agora não houve avanços”, criticou Hebe-Del, lembrando que, na última reunião entre ministro e federação, Ayres Britto não quis revelar o conteúdo de sua reunião com a presidente Dilma Rousseff, na qual esperava-se que ele tratasse do reajuste da categoria.
“Venha lutar pelo PCS você também”
Segundo informes a respeito da reunião da Fenajufe com os sindicatos da base, realizada no último dia 20, a categoria está com dificuldades para se mobilizar em todo o país, dadas as represálias dos tribunais e do governo. Ainda assim, ficou mantido o “Apagão” na Justiça Eleitoral, “contando com o apoio dos colegas do Tribunal do trabalho, da Justiça Federal e da Justiça Militar”, complementou Hebe-Del Kader, ressaltando que só a pressão de todos os servidores garantiria o sucesso da ação.
Para o sindicalista, o momento exige atenção de todos com as notícias na imprensa nacional e as manobras do governo, tudo visando acabar com a greve e as mobilizações dos servidores. Ele acredita que a pressão deve ser maior naquelas cidades onde o PT está na administração, para que a presidente Dilma sinta que “os servidores não estão de brincadeira”, alertou Hebe-Del. O ato prosseguiu com intervenções dos coordenadores do SITRAEMG José Francisco Rodrigues, Lúcia Maria Bernardes de Freitas e Débora Melo Mansur. As coordenadoras Adriana Corrêa Valentino e Artalide Lopes Cunha também estiveram presentes.
Vários servidores foram ao microfone tecer suas críticas e dar incentivo aos colegas para que se comprometessem com o movimento da categoria, posto que as conquistas serão para todos. Nestor Santiago, Everardo Gonçalves de Miranda e Marco Antônio Santos Silva, da Justiça Federal; Luiz Fernando Rodrigues, Mauro Alvim e Terezinha de Jesus Freitas, do TRT; Fernando Neves, do TRE; e as aposentadas Eliana Maria Ribeiro e Etur Zehuri, também do TRT, foram alguns dos que se expressaram frente aos colegas. Na fala de todos, a urgente necessidade de unir forças e participar, independente de ser da Justiça Eleitoral, ou o próximo ano será mais um sem reajuste. É preciso ter coragem, como dito por Luiz Fernando, que também é conselheiro fiscal do SITRAEMG: “as retaliações existem e fazem parte. Temos que estar preparados – se não levantarmos a nossa voz, nosso destino será o mesmo dos trabalhadores europeus”, alertou, fazendo uma referência à grave crise que assola a Europa.
Os coordenadores do SITRAEMG José Francisco Rodrigues e Débora Melo Mansur também estimularam os trabalhadores a ter coragem e sair de seu local de trabalho para encarar a mobilização, já que o governo está definitivamente contra os servidores públicos. “Venha lutar pelo PCS você também” foi a frase usada por José Francisco como mote da mobilização – “acima de servidores públicos, somos trabalhadores, merecemos respeito”, acrescentou o sindicalista. As coordenadoras Adriana Corrêa Valentino e Artalide Lopes Cunha também estiveram presentes.
Comissão de mobilização
Ao fim do ato, foi deliberada a formação de uma comissão de mobilização, para passar nos tribunais conversando com os colegas e incentivando-os a aderir às atividades pelo PCS. Os servidores que se voluntariaram foram, além dos coordenadores do SITRAEMG Lúcia Maria Bernardes de Freitas, José Francisco Rodrigues e Débora Melo Mansur, os servidores Luiz Fernando Rodrigues (TRT), Nestor Santiago (JF), Terezinha de Jesus de Freitas (TRT), Vilma Lourenço (TRE), Etur Zehuri (aposentada/TRT), Marlom Damasceno (TRT) e Alexandre Alves (JF).
