A votação por meio virtual (sistema eletrônico) nas eleições do SITRAEMG chegou a ser tentada para o último pleito, em 2017, já que o estatuto da entidade, em seu artigo 71 diz o seguinte: “Havendo viabilidade técnica poderá ser adotado o sistema de eleição por meio eletrônico, cabendo à Comissão Eleitoral estabelecer regulamentação específica para essa modalidade de eleição, zelando pela devida segurança ao pleito”. Porém, ao final, a Comissão Eleitoral eleita à época entendeu que o sistema eletrônico sugerido para realizar o pleito à época não era seguro, optou por manter o sistema de votação em urnas fixas e itinerantes. Em razão da proximidade das próximas eleições da entidade, que acontecerão em maio próximo, a Diretoria Executiva decidiu pautar essa discussão para a Reunião do Conselho Deliberativo realizada neste sábado (14), no Hotel Normandy, em Belo Horizonte, para que os diretores de base possam levar as informações acerca da questão para os colegas de seus respectivos locais de trabalho. Para participarem como expositores, foram convidados João Batista Moraes Vieira, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal do Estado de Goiás (Sinjufego), para falar da experiência da realização das ultimas eleições daquela entidade por meio virtual, e Pedro José do Nascimento Neto, diretor de tecnologia da Sindicalizi, empresa que presta serviços de tecnologia da informação (TI) para o SITRAEMG e também atua em eleições por meios virtual e presencial. Nascimento também é servidor do Tribunal de Justiça de Sergipe.
Experiência bem sucedida e a importância de um cadastro de filiados atualizado
Antes de iniciar as exposições, o coordenador geral do SITRAEMG Carlos Humberto Rodrigues informou que o tema foi trazido para a reunião de hoje apenas para a categoria se inteirar melhor do assunto, e esclareceu que a decisão de mudar ou não a votação nas eleições por meio virtual caberá à categoria, em assembleia geral. Informou, ainda, que o Sindicato convidou também um ex-diretor do Sindicato dos Servidores do PJF no Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS), mas um imprevisto de última hora o impediu de comparecer. Também compôs essa mesa a diretora de base Marisa Campos, servidora do TRT em João Monlevade. “Somos multiplicadores. Temos que tentar trazer mais colegas para a luta e eventos”, conclamou.
Segundo o presidente do Sinjufego, o sistema para a eleição virtual em sua base foi desenvolvido por um servidor da Justiça Eleitoral goiana. Para votar, foi enviado um link por e-mail ou SMS para os filiados. Clicando no link, eles tinham acesso ao sistema de dados e respondiam às perguntas necessárias à votação, como ocorre no sistema de urna eletrônica da Justiça Eleitoral. O sistema, relatou, revelou-se bastante seguro e de fácil entendimento para o eleitor.
João Batista afirmou que o fator mais importante para o sucesso do processo é o cadastro de dados do sindicato estar rigorosamente atualizado, para que os canais utilizados para a votação (e-mails e SMS, no caso do Sinjufego) estejam corretos e não impeçam o filiado de votar. Ele sugeriu que, caso os filiados do SITRAEMG aprovem a adoção desse sistema, que também seja utilizado o whatsapp para envio dos links para votação. Também avaliou que a experiência foi bastante positiva e que o sistema revelou-se bastante seguro. Além de mais econômico, possibilitou que muito mais filiados pudessem votar, até mesmo muitos colegas que estavam de férias ou fora do estado. E tudo isso fez com que houvesse uma avaliação positiva dos eleitores.
Votação virtual e presencial, e com segurança
Pedro José fez sua exposição com base na experiência da empresa em atuado em eleições de vários sindicatos, como Sindsemp-MG, APUB, AMASE, Sindifisco Nacional, Policiais federais (Sindipol). A Sindicalizi oferece o sistema para votação presencial e virtual (online). Para o primeiro, é feito, entre outros procedimentos, o cadastro parametrizado dos eleitores (filiados) e registros de chapas, candidatos, mesários e urnas. No ato da votação, é emitido o comprovante do voto, e depois, para os condutores do processo eleitoral, também relatórios com os nomes dos votantes. Para o segundo, os procedimentos são os mesmos, à exceção da urna eletrônica. Mas ambos os sistemas, garantiu Pedro José, são bastante seguros, tanto em relação ao sigilo dos dados dos eleitores quanto à inexistência de riscos de burla no processo.
Esclarecimentos finais
A partir das indagações e dúvidas apresentadas pelos participantes, foi esclarecido que há tempo hábil para utilizar o sistema virtual nas próximas eleições do Sindicato. Desde que, primeiro, a categoria aprove em assembleia geral; segundo, que o Sindicato realize uma intensa campanha junto aos filiados para que colaborem e atualizem seus dados cadastrais. O coordenador Carlos Humberto Rodrigues assegurou que, caso seja aprovado esse sistema de votação, o Sindicato prestará todas as informações necessárias para que o filiado possa votar com a certeza de que está diante de um processo seguro e transparente. Joao Batista informou que, dado o sucesso nas eleições, o Sinjufego já estuda a possibilidade de aproveitar o sistema até mesmo para dialogar com a categoria.