É preciso derrotar o Bolsonaro e o bolsonarismo, dizem debatedores em análise de conjuntura

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“O desafio da classe trabalhadora é derrotar o Bolsonaro. E do ponto de vista estratégico é preciso derrotar o bolsonarismo”. A análise é do professor de economia da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Júnior durante o primeiro painel do XI Congrejufe, ocorrido na manhã de quinta-feira (28).

Segundo disse, Bolsonaro é a expressão política brasileira da crise mundial do capitalismo, acirrada brutalmente pela pandemia e pela guerra. “Quando a economia parecia sair da crise, veio a guerra. Estamos diante de um quadro de estagnação e de inflação, a maior inflação em quatro décadas nas economias centrais”, disse.

O impacto da situação internacional no Brasil é maior porque o país desmontou os mecanismos de regulamentação e de proteção. O resultado é a crise social aguda e permanente e uma ofensiva da burguesia sobre o trabalho e o meio ambiente.

De acordo com Plínio, no Brasil, uma dessas políticas foi a Ponte Para o Futuro que representa “a volta para o século 19 olhando para o século 18, com a desregulamentação das proteções sociais”, disse.

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Palestra sobre análise de conjuntura no XI Congrejufe

A saída é a mobilização

E o único meio é enfrentar essa situação é atacando as causas do problema. “O grande desafio da classe trabalhadora é colocar em xeque o modelo econômico e político autoritário”, disse.

Para ele, a solução é a construção de uma democracia, de baixo para cima, com participação popular e dos trabalhadores, manifestações de rua de forma organizada.

Plínio argumenta que Bolsonaro representa a dose máxima de neoliberalismo e de violência política, ao passo que a chapa Lula/ Alckmin seria a dose mínima.

Por isso, os trabalhadores (as) precisam estar unidos e mobilizados. “A tarefa dos trabalhadores é, organizados, irem para a rua e mudar a correlação de forças, lutar por uma mudança da política econômica”, disse.

“Bolsonaro precisa ser derrotado na rua. O povo na rua vai apimentar a campanha do Lula. É um equívoco achar que somente a eleição vai mudar as coisas no Brasil”, concluiu.

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Desde o golpe fomos lançados numa ponte para o abismo

A segunda debatedora do painel foi Rosane Silva, da Secretaria Estadual de Mulheres do Sindicato dos Sapateiros do Rio Grande do Sul da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Para ela, desde o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff, os trabalhadores foram “lançados numa ponte para o abismo”. E que Bolsonaro quer a destruição do Estado brasileiro.

“Se não tivéssemos o SUS, teríamos muito mais do que 700 mil mortos pela covid-19”, disse para destacar a importância do serviço público no atendimento à população. Ela ainda reforçou a importância do fortalecimento das universidades públicas durantes os governos do PT, sem o que, o desenvolvimento das vacinas poderia ter sido prejudicado.

“Nós dos sindicatos e dos movimentos sociais fomos fundamentais na formulação dessas políticas encerradas no golpe”, pontuando as características democráticas e inclusivas dos governos petistas.

Rosane Silva argumentou que a Ponte Para o Futuro, projeto apresentado por Michel Temer após o golpe, tem jogado a população na pobreza. “(Hoje) vivemos uma situação miserável no nosso país, 20 milhões na extrema miséria, 14 milhões de desempregados, inflação de dois dígitos. Os preços aumentam todo dia e a informalidade cresce brutalmente”, descreveu.

Segundo disse, temos visto Bolsonaro atacar as instituições, mas também contra os sindicatos: “Ele quer destruir a organização dos trabalhadores e as organizações sindicais”, disse.

Para ela, é possível termos um país com direitos, distribuição de renda, com negros, mulheres, homossexuais como sujeitos de direitos. Mas que é preciso “disputar essas ideias junto à sociedade”.

“Temos que ter unidade na esquerda, independente do resultado eleitoral, uma reforma trabalhista que amplie a formalidade, uma reforma tributária distributiva, que coloque o rico no Imposto de Renda e o pobre no orçamento”, disse. Essa unidade, segundo argumentou, poderá derrubar o Teto de Gastos.

Rosane também destacou que as Centrais Sindicais realizaram o Conclat no começo de abril, quando definiram uma agenda de luta que terá no 1º de maio uma data muito importante. “As eleições de 2022 não vão resolver, mas serão estratégicas. Existem projetos e saídas, e a esquerda precisa estar unida. Para nós, não basta derrotar o Bolsonaro, é preciso derrotar o Bolsonarismo”, sustentou.

Assessoria de Comunicação
SITRAEMG

Fotos

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28/28 – Alexandre Magnus, coordenador do Sitraemg, e a filiada Paula Meniconi são membros do Conselho Fiscal da Fenajufe. Eles se reuniram com os demais conselheiros durante do Congrejufe
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O coordenador geral do Sitraemg Paulo José da Silva com o filiado e membro do Conselho Fiscal Wallace Marques, durante o XI Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Delegação de Minas Gerais no 11º Congrejufe
Paulo José, Wallace Marques e Sônia Peres no Congrejufe.
Paulo José, Wallace Marques e Sônia Peres no Congrejufe.
Delegada Sônia Peres no 11º Congrejufe
Delegada Sônia Peres no 11º Congrejufe

 

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