“O que o interesse uniu, o povo não separa” – com essas palavras, um “padre” selou a união da presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em plena Praça 7 de Setembro, no coração de Belo Horizonte, na manhã desta quinta, 23. Como testemunhas, dezenas de servidores públicos federais que, assim como os trabalhadores do Judiciário Federal, estão com os salários congelados e lutam para que o governo federal negocie com as categorias.
O “casamento” entre a presidente e o ex-governante foi uma alusão aos elogios que FHC teceu à Dilma a respeito de sua postura dura com as greves no serviço público. O ex-presidente é um ícone quando se fala em arrocho salarial nos setores públicos, por isso foi escolhido como “noivo” no esquete teatral protagonizado por servidores da Receita Federal, parte do ato público organizado pelo Sindireceita e pelo Sindsep-MG que reuniu trabalhadores em frente ao prédio do Ministério da Fazenda na capital mineira. A coordenadora executiva do SITRAEMG Débora Melo Mansur e um grupo de servidores do Judiciário Federal representaram a categoria.
Os manifestantes concentraram-se em frente ao Ministério às 9h. Após as falas e informes, celebrou-se o “casamento” de Dilma e FHC e foi deliberado por uma caminhada até a Praça 7 de Setembro, no centro da cidade, onde os presidentes novamente “se casaram”, sob os olhares dos servidores e de curiosos de passagem pela área mais movimentada da cidade. Os servidores do Judiciário avaliaram o ato de forma positiva, especialmente pela união das categorias em torno de um objetivo comum. Já visando novas atividades conjuntas, Débora Mansur disse que “não podemos parar só na reposição salarial, precisamos nos unir para mostrar à sociedade nosso papel e nosso valor”.
