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Palestrante fala sobre conjuntura: perspectivas para 2019

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O professor Valério Arcary, titular do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo),doutor em História Social pela Universidade de São Paulo e autor de diversos livros (“O encontro da revolução com a história”, “As esquinas perigosas da história” e o “Martelo da História”), foi o segundo palestrante da Reunião do Conselho Deliberativo do SITRAEMG neste segundo dia do evento, que se realiza neste final de semana (23 a 25 de novembro), no  Sênior Village Canto da Siriema (antigo hotel fazenda Canto da Siriema), no município de Jaboticatubas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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Arcary abordou o tema “Conjuntura: perspectivas para 2019”, a partir do qual traçou um cenário bastante sombrio para a população brasileira. O país passou a ser mero importador de capitais, situado na posição intermediária, mas também exportador de capitais. De 1930 a 1980, tornou-se mais industrializado, mais urbanizado, mas ainda numa condição de “hibridismo”, com mais de 80% da população ocupando as regiões urbanas mas “com as cabeças na zona rural”.

Ele avaliou que a crise capitalista dos últimos anos fez o Brasil regredir sobremaneira, social e economicamente. Tanto que, provavelmente, somente em 2022 o país voltará a ter a renda “per capita” de 2014.

IMG_4501Acredita que as consequências disso são sequelas sociais profundas, de uma década perdida. “O dano social brasileiro é quase irreparável. Um terço da população ativa é praticamente iletrada”, destacou o palestrante, acrescentando que há disparidades culturais brutais, a taxa de desemprego é muito alta e 20% da população economicamente ativa está desempregada. “Isso vai explodir”, previu.

Quanto às perspectivas para o ano que vem, para o palestrante, foi legitimado nas urnas um projeto brasileiro que atende a um percentual minúsculo da população. Isso significa contingenciamento de todo o orçamento de 2019. “O que vem para frente é muito mais grave que nos últimos dois anos, quando já aconteceu forte contingenciamento”, prevê Valério Arcary.

Advertiu, no entanto, que o Brasil não é mais um país tão atrasado como um Zimbabue, por exemplo, pois já passou pela fase agrária há muitas décadas. E suas expectativas em relação à luta dos trabalhadores perante o futuro governo não são tão pessimistas. Avalia que o núcleo político do futuro governo é bastante frágil, constituído de políticos pouco sustentáveis. Além disso, a classe trabalhadora brasileira é tremendamente concentrada, muito jovem e uma potência gigantesca: grande número com carteira assinada e funcionários públicos.

Apesar de o país passar por uma situação que ele classifica de “derrota histórica” (diante dos últimos acontecimentos: Temer no poder e eleição de Bolsonaro), que deve ser entendida “somente daqui a um ano”, disse acreditar que a classe trabalhadora é muito poderosa e vai reagir. “E tenham certeza: as revoluções tardias são as mais radicais”, concluiu.

Além do palestrante e dos coordenadores Hélio Ferreira Diogo e Elimara Gaia, também coumpuseram a mesa o conselheiro fiscal Isaac Raymundo e os diretores de base Wander Quadra e Cristine.

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