Sindicato da Educação protesta e volta a denunciar responsabilidade do governo por déficit de milhares de profissionais que contribuiriam para escolas mais seguras.
O Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) convocou uma paralisação de 24 horas na rede municipal de educação para “demonstrar a indignação dos profissionais de educação contra mais esse ato de violência em nossas escolas”.
A paralisação denunciará que o massacre ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, teria mais chances de ser evitado caso a rede pública de educação tivesse mais investimentos. “Como o sindicato já vem denunciando fartamente ao longo dos últimos anos, a violência nas unidades escolares tanto do estado como do município tem como uma das causas o abandono por parte das autoridades estaduais e municipais das escolas públicas que compõem as redes de ensino do estado e do município. Hoje, faltam milhares de funcionários administrativos nestas redes, como inspetores de alunos, pessoal de portaria, orientadores educacionais, entre outros profissionais que tem a tarefa de auxiliar o trabalho dos professores e garantir segurança no espaço escolar”, diz nota divulgada pelo Sepe na quinta-feira (7), dia em que 12 crianças foram mortas nesta escola da Zona Oeste após um homem invadi-la e atirar contra os estudantes.
As escolas municipais funcionam sem porteiros, segundo o sindicato. Segundo dados divulgados pelo jornal “O Globo”, baseados em ofício da Secretaria de Educação, em julho do ano passado existiam apenas 550 inspetores para um total de 1.063 unidades escolares, quase um inspetor para cada duas escolas. “O sindicato já vinha alertando há muito tempo que a violência e a insegurança nas escolas do município e do estado está muito grande e que uma tragédia poderia acontecer. Para se ter ideia, numa escola de Vila Isabel professores tiveram que dar aula em um banheiro por falta de salas de aula”, diz Luis Antônio, professor de história do ensino público no Rio.
O Sepe também criticou as declarações do prefeito Eduardo Paes, que disse à imprensa que “as escolas vão continuar abertas”, sem indicar quaisquer políticas de segurança. A paralisação nas escolas será acompanhada de um ato público na Cinelândia, no Centro da cidade.
O SITRAEMG se solidariza com os profissionais da Educação e com os familiares e amigos das crianças assassinadas.
Por Hélcio Duarte Filho, para o SITRAEMG