A mobilização dos movimentos sociais e de parlamentares de oposição durante a greve estadual em defesa dos serviços públicos de Minas Gerais, realizada na terça-feira, dia 7 de novembro, deu o primeiro resultado.
A comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa adiou a votação da proposta do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) de autoria do governador Romeu Zema (Novo). A votação estava prevista para a tarde de terça-feira (7).
Deputados opositores utilizaram do regimento para obstruir a reunião. O objetivo é que o debate seja ampliado junto à população, mostrando os prejuízos do RRF com suas ações de desmonte, e que a proposta não chegue à votação em plenário.
Apagão em São Paulo alimenta luta em Minas e São Paulo
O Sitraemg apoiou a Greve Geral, liderada pela Frente Mineira em Defesa dos Serviços Públicos, para barrar a adesão do governo do Estado ao RRF e seus efeitos para servidores e serviços públicos. O movimento também quer impedir a privatização das empresas públicas estaduais, como a Cemig, anunciada pelo governo do Estado.
Na avaliação dos coordenadores do Sitraemg, Fernando Neves e Alexandre Brandi, o movimento é importante para Minas Gerais. “A relevância desta mobilização que é contrária, também, à privatização, aumenta quando vemos o caos que a população de São Paulo viveu nos últimos dias. Consumidores ficaram quatro dias sem energia, muito em decorrência da privatização que entregou serviços de distribuição de energia para a Italiana Enel”, lembra Fernando Neves.
O debate sobre a demora em restabelecer o serviço desaguou nas reais causas do apagão: Desde que assumiu os serviços, em 2019, a Enel demitiu 36% de seus funcionários apesar do aumento de 7% no número de consumidores e dos lucros elevados.
O coordenador Alexandre Brandi reforça os prejuízos advindos da privatização de serviço essencial – que é a energia elétrica – e da lógica de lucro a qualquer custo que rege o mercado.
“A Enel tornou-se exemplo para o Brasil do péssimo serviço prestado pelas empresas entregues à iniciativa privada, que cortam, principalmente na folha de pagamento, para aumentar seu lucro. Razão de sobra para a população querer manter as suas companhias estatizadas, especialmente em Minas, que discute a privatização da Cemig, defendida por Zema, e São Paulo, cuja população reforça a luta para manter a Sabesp pública”, conclui Brandi.
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Assessoria de Comunicação
Sitraemg