Congresso cobra explicações sobre fusão de bancos

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A fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, anunciada ontem (segunda-feira, 3), será tema de debate nas comissões que tratam de finanças no Congresso. O vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Eliseu Resende (DEM-MG), adiantou que o colegiado deve convocar as autoridades financeiras do governo para esclarecerem a união das instituições financeiras.

“Vamos discutir isso amanhã na comissão. Certamente será necessária a convocação do ministro da Fazenda Guido Mantega e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para dar esclarecimentos”, adiantou Eliseu Resende. “Eles estiveram aqui na última semana e não disseram nada”, disparou o mineiro.

De acordo com nota publicada pelas instituições, as duas empresas contarão com 14,5 milhões de clientes de conta corrente e um patrimônio estimando em R$ 575 bilhões.

A vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmou ao Congresso em Foco que levará essa discussão ao colegiado.

A senadora tucana admitiu que “foi pega de surpresa” com a notícia da fusão Itaú-Unibanco. Para ela, esse processo pode prejudicar o consumidor e a economia, uma vez que as opções para utilizar os serviços bancários diminuem. “Todos temos que nos precaver. A junção de bancos pode deixar o consumidor com poucas opções”, destacou Marisa.

A parlamentar também avalia que a união das duas instituições bancárias poderá auxiliar na reformulação do texto da Medida Provisória 443/08, que ainda será analisada na Câmara. Essa medida permite que instituições financeiras sejam adquiridas pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. A oposição, que não discorda do mérito da MP, quer que o governo defina limites para aquisições de bancos pelas instituições financeiras do governo.

Deputados ouvidos pelo Congresso em Foco também não descartam a convocação dos donos das instituições envolvidas no episódio.

“Essa notícia é ainda muito recente, mas na quarta-feira (5) teremos reunião. E é comum, diante de fatos importantes como esse, os integrantes apresentarem requerimentos de convocação de autoridades financeiras para a realização de audiência pública”, explicou o presidente da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, deputado Pedro Eugênio (PT-CE).

Para o líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC), numa primeira avaliação, a união dos dois bancos poderá prejudicar os clientes das instituições. “De certa forma, quando há um período de crise, é comum que haja concentração bancária. A preocupação é que normalmente essa concentração deixa os usuários mais expostos. Os serviços bancários tendem a encarecer”, avaliou o deputado, que também é integrante da CFT.

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