ONU sobre Mudanças do Clima (COP15) que começou na segunda-feira (7 de dezembro), de certa forma contribui para passar o recado de que, na questão climática, as perspectivas são mesmo sombrias. Nesta época do ano, o Sol não brilha sobre a cidade sequer uma hora por dia. Se esse cenário vai inspirar os representantes dos países que lá estarão a finalmente tomar as medidas necessárias para reverter uma catástrofe é algo que só se saberá ao fim do encontro, em duas semanas.
De qualquer maneira, a COP15 está destinada a ocupar um lugar especial na história. As mudanças climáticas saíram definitivamente dos círculos científicos para assumir relevância política e econômica. Nunca uma reunião sobre o clima atraiu tantos chefes de Estado.
A presença maciça dos chefes de Estado, no entanto, não significa que eles sairão de Copenhague com uma decisão histórica. Para chegar a esse ponto, os países ricos teriam de se comprometer com uma redução de 40% de emissões de gases-estufa até 2020, destinar US$ 140 bilhões por ano para ações de mitigação e adaptação e transferir tecnologias limpas de geração de energia para quem não as tem. China, Índia e Brasil precisam fazer sua parte e seguir um modelo de desenvolvimento mais limpo e responsável do que o aplicado pelas nações industrializadas. Contudo, nada disso foi ainda incorporado pelos chefes de Estado.
O Greenpeace continuará ao longo das próximas duas semanas a exercer pressão para que os resultados de Copenhague coloquem o mundo na direção de uma solução definitiva para a crise climática. Esse é o momento da virada, de se assegurar um futuro mais seguro para todos que habitam o planeta – basta querer.