A chuva caiu com força na manhã desta sexta-feira, 28 de abril, em Belo Horizonte, dia de Greve Geral em todo o País, contribuiu sensivelmente para a redução do público que se esperava para o ato conjunto que estava convocado para a manifestação no centro da cidade, já que o ato conjunto realizado no dia 15 de março último havia conseguido reunir nada menos que 100 mil pessoas na capital. Mesmo assim, e apesar do transporte público praticamente inoperante, também em razão da greve, pelo menos 20 mil trabalhadores tiraram seus guarda-chuvas do armário ou se viraram com capas de chuva adquiridas na última hora, com vendedores ambulantes, e mostraram suas caras em mais um ato conjunto, realizado novamente entre as Praças 7 e da Estação, e protestaram, com toda indignação, contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista que o governo insiste em aprovar no Congresso Nacional, através da PEC 287/16 e do PL 6787.
Com poucos carros e ônibus nas ruas e os estabelecimentos comerciais e bancários – praticamente todos – fechados, o que se viu na região central foram trabalhadores de todos os setores, representantes dos movimentos social, sindical e outros, munidos de faixas e cartazes, expressando, de todas as formas, o desabafo contra um governo que mostra, a cada dia que passa, que veio para acabar com os direitos dos trabalhadores.
“Fora Temer”, “Nehum direito a menos”, “Querem acabar com os direitos dos trabalhadores”, “Governo ilegítimo”, “Essas reformas não vão passar”, “Vamos acabar com este governo e Congresso corruptos”. Esses foram apenas alguns dos centenas de recados deixados por representantes de sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, e além de instituições como OAB e outras, que se revezaram em discursos aos microfones de carros de sons instalados ao longo de todo o espaço ocupado pela manifestação. Com tantas ameaças reservadas pela Reforma da Previdência, até mesmo os já aposentados apareceram para deixar o recado a Temer: “não mexa com a minha aposentadoria”.
O SITRAEMG – que vem nessa luta contra a Reforma da Previdência desde quando Temer começou a gestá-la com sua equipe de governo, em meados do ano passado, e mais recentemente engajou-se também na batalha contra a Reforma Trabalhista, que retira direitos históricos dos trabalhadores e praticamente acaba com a Justiça do Trabalho – esteve mais uma vez presente, com membros de sua diretoria e uma estrutura instalada para dar suporte aos servidores do Judiciário Federal que foram convocados para a Greve Geral e para a manifestação. E dezenas deles compareceram e vestiram a camisa confeccionada pelo Sindicato com a inscrição da frase “Lutar até barrar as Reformas da Previdência e Trabalhista”. Marcaram presença, inclusive, grupos de servidores de várias cidades do interior, como Contagem, Betim e Curvelo.
Como ocorreu no ato unificado de 15 de março – o itinerário de outro ato, realizado no dia 31, foi no sentido inverso -, os trabalhadores que participaram da manifestação na Praça 7 seguiram em passeata para se unir aos que estavam na Praça 7 e, de lá, todos rumaram, também em passeata, para a Praça da Assembleia Legislativa.
Pela imprensa, o governo avaliou que a Greve Geral em todo o País foi um fracasso. Mas, nas mesmas entrevistas veiculadas em rádio e TV, ao longo de todo o dia, membros da equipe de Temer e outros políticos aliados, como o prefeito de São Paulo, João Doria Jr, esbravejaram contra os grevistas e as manifestações. Fracasso?
E eles sabem que a determinação da classe trabalhadora é lutar, com todas as suas forças, até que o governo desista de sua determinação de só retirar direitos. Muitas categorias apenas iniciaram greve a partir da Greve Geral de hoje. Mais greves vêm por aí. Aguarde, Temer!
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