Uma parceria entre o Escritório contra Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (UNODC) e o Conselho Nacional de Justiça deverá dar um importante passo no combate ao crime organizado no Brasil. Na última semana, o representante regional do ONUDC no Brasil e Cone Sul, Giovanni Quaglia, e o coordenador de programa Reiner Pungs, anunciaram o interesse pela parceria durante visita ao conselheiro Douglas Rodrigues, na sede do CNJ.
De acordo com Quaglia, o Brasil tem avançado no combate ao crime organizado, inclusive no bloqueio a contas usadas pelos criminosos, mas a Justiça ainda não tem a agilidade ideal para estes casos. A idéia é fazer um amplo estudo no País, analisando desde a estrutura e a atuação da Polícia até a situação dos presídios, passando pelo acesso à Justiça e à independência do Judiciário. A mesma sistemática de estudo, desenvolvida pelo ONUDC, já foi usada em diversos países e, agora, está sendo aplicada em iniciativa semelhante no Uruguai. “É uma ferramenta que ajuda a identificar problemas e a propor soluções”, explica Pungs.
O Conselheiro Douglas Rodrigues considerou a idéia oportuna. “Esta parceria pode nos permitir prestar um serviço excepcional ao País, ajudando a combater, com soluções concretas, este que é um dos maiores problemas tanto no setor público como no setor privado”, disse. “É nosso dever levantar o debate e buscar saídas”, completou. A proposta será levada à presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, para posterior discussão junto aos demais membros do CNJ.