Com a chamada ‘Paz, soberania, desenvolvimento e justiça social’, a Coordenação dos Movimentos Sociais [CMS] – que reúne CUT, UNE, MST e Marcha Mundial de Mulheres, entre outras entidades – está convocando o Dia de Mobilização e Ação Global, que ocorrerá em 26 de janeiro, em todo o país. De acordo com o líder petroleiro Antonio Carlos Spis, representante da CUT na CMS, a escolha do dia 26 foi definida no ano passado durante o Fórum Social Mundial, em Nairóbi, no Quênia, ‘para demarcar campo com o encontro de Davos, na Suíca, onde a elite neoliberal se reúne’. ‘Nós vamos às ruas em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania nacional, contra o imperialismo e suas políticas neoliberais e neocoloniais, de guerra e pilhagem’, declarou Spis.
Conforme o manifesto da CMS, no Dia de Mobilização e Ação Global, ‘milhões de homens e mulheres somarão forças em todo o planeta contra o neoliberalismo, a guerra, o colonialismo, o racismo e o machismo que geram violência, exploração, exclusão, pobreza, fome, desastre ambiental e negação dos direitos humanos. Mais do que nunca, temos a convicção de que a construção de um novo mundo não é apenas possível, como necessária para garantir a preservação do planeta e a própria existência da raça humana’.
A solidariedade na luta antiimperialista e a defesa da integração latino-americana serão destaques da mobilização, assinalam os movimentos sociais: ‘No último período, assistimos a diversos ataques dos EUA e das oligarquias nacionais a iniciativas de caráter popular na América Latina, em especial na Bolívia e na Venezuela. São tentativas de impor uma integração baseada nos interesses do grande capital e de impedir qualquer esforço de superação do neoliberalismo, com graves ameaças à soberania desses países’.
De acordo com a CMS, ‘a integração latino-americana deve ter como base os interesses dos nossos povos, assumindo um caráter anti-neoliberal, com o Estado retomando o seu papel de alavancar o desenvolvimento com justiça social. Nesse sentido, o dia de ação global é uma data de solidariedade com os movimentos populares desses países na sua agenda nacional, conformando uma grande unidade para romper com a política de devastação, privatização e pilhagem das nossas riquezas!’.
‘De Norte a Sul do país, levantamos a bandeira em defesa das reformas agrária, urbana, tributária, política e da educação como forma de democratizar o Estado e garantir melhores condições de vida à população. Somos contra o corte de gastos públicos que afeta os investimentos sociais, e a favor da diminuição dos gastos com juros da dívida pública, que destina mais de 100 bilhões de reais por ano para apenas 20 mil famílias. Defendemos reformas para estimular a produção nacional e combater a especulação e o poder das transnacionais, valorizar o trabalho, manter direitos e ampliar conquistas; dar acesso à moradia, transporte digno, saúde e saneamento básico; fortalecer a Previdência Pública, dando amparo à velhice e perspectivas à juventude; investir na formação e qualificação das novas gerações e no domínio das novas tecnologias’, sublinha o manifesto.
Os movimentos sociais também se lançam ao combate contra ‘todas as formas de opressão e preconceito, na defesa da igualdade de gênero e étnico-racial, da liberdade de orientação sexual e de plenos direitos para pessoas com deficiência. Lutamos pela democratização dos meios de comunicação, contra a manipulação da informação por interesses privados e pela garantia do direito à comunicação de toda a população. Para que o patrimônio do país sirva para o crescimento e o progresso do povo brasileiro, e na defesa da soberania do Brasil, lutamos pela imediata anulação do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce e exigimos o fim dos leilões das bacias de petróleo e gás’.
Por isso, conclui o manifesto, ‘vamos às ruas dia 26, no Brasil e em todo o mundo, demonstrar o nosso compromisso com a Humanidade e a confiança no novo tempo que, com a nossa luta, vai surgir!’.
Fonte: CUT Nacional