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Ator abandona programa de TV pública em apoio a grevistas e repúdio ao racismo

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O ator Pedro Cardoso, que se tornou mais conhecido nacionalmente na série humorística A Grande Família, que foi ao ar durante anos pela TV Globo, atuando como Agostinho Carrara, em cujo papel personificava com fidelidade o estereótipo do famoso “jeitinho brasileiro”, com suas tramoias e armações, apresentou esta semana, na vida real e também em rede nacional, uma postura totalmente contrária àquela que teria nos episódios da antiga série global.

Convidado para participar da edição dessa quinta-feira (23) do programa Sem Censura (a imagem acima é uma reprodução da TV Brasil), que é exibido pela TV pública desde 1º de julho de 1985, inicialmente na TVE e atualmente na TV Brasil, Cardoso, ao iniciar a sua participação, comunicou sua decisão de que abandonaria a atração em apoio aos funcionários grevistas da EBC e em repudio às postagens de Laerte Rimoli, presidente da empresa pública federal gestora da emissora televisiva, em deboche a uma declaração recente da atriz Taís Araújo contra o racismo.

https://www.youtube.com/watch?v=H4mKa24xT8E

“Eu não vou responder essa pergunta e nenhuma outra. Porque quando cheguei aqui hoje, encontrei uma empresa que está em greve e eu não participo de programas em empresas que estão em greve”, disse o ator, ao ouvir a primeira pergunta da entrevistadora e apresentadora do programa, Vera Barroso. Em seguida, deixando bem claro seu respeito aos grevistas, aos funcionários da emissora que permaneciam no trabalho, aos demais convidados do programa e ao público em geral, ele explicou em detalhes os motivos de sua decisão. E não poupou também o governo Temer, ao qual é submetida a gestão da EBC, por se tratar de empresa pública federal. “Diante deste governo que está no Brasil, tenho muita convicção de que as pessoas que estão fazendo esta greve provavelmente estão cobertas de razão. Então, eu não vou falar do assunto que tenho que falar e nem de nenhum outro”, declarou. Por último, Pedro Cardoso despediu-se de cada um dos presentes e saiu do recinto.

Diante de tão digna e corajosa atitude, que demonstra o quanto uma indignação em relação aos desmandos que se veem atualmente no país pode se transformar em reação, o SITRAEMG recomenda a todos os servidores do Judiciário Federal, bem como aos demais trabalhadores, do serviço público e da iniciativa privada, distribuírem esse vídeo para o maior número de pessoas que puderem.

E que todos os trabalhadores, que estão sendo massacrados pelo atual governo, mirem-se no exemplo de Pedro Cardoso e também se indignem e tenham coragem de dizer, com todas as letras, em todas as oportunidades que tiverem, que este governo, ao contrário do que diz, não quer de fato resolver o problema da Previdência com a reforma que intenta aprovar. Se realmente o quisesse, não retiraria 30% das receitas previdenciárias para gastos discricionários do próprio Executivo, através da DRU (Desvinculação das Receitas da União); cobraria primeiro as bilionárias dívidas das grandes empresas, que são as maiores devedoras do sistema previdenciário; e não investiria tanto dinheiro em publicidade para defender a reforma que, todos sabem, visa apenas beneficiar o mercado fincanceiro. E, se Temer acha que existem privilégios na Previdência do serviço público, começaria a reforma por sua própria aposentadoria, pois aposentou-se aos 55 anos, recebendo atualmente um vencimento de mais de R$ 30 mil, fora o salário de presidente da República.

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