Ato no TRE fortalece Apagão do dia 4 e desafia retaliações

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O presidente Alexandre Brandi alerta: "É preciso se arriscar agora para não se arrepender depois" (Foto: Erinei Lima)

Foi realizado na tarde de hoje, 29, ato público preparatório para o Apagão do Judiciário, dia 4 de agosto, próxima quarta-feira. Neste dia, todos os servidores de todas as justiças – Trabalhista, Federal, Eleitoral e Militar – estão convocados a parar por 24 horas, em protesto pelas negociações do PCS, que se encontram paradas e sob ameaça de só serem concluídas após as eleições. Durante o ato os servidores também escolheram os delegados para a Reunião Ampliada da Fenajufe, dia 1º de agosto [veja matéria completa aqui].

O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, saudou os servidores e abriu o ato chamando a atenção para a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, que, além de não abraçar a causa dos servidores, ainda acredita na “boa vontade” do governo em negociar o PCS após as eleições. “Como fazer um acordo com um governo que nem se sabe se será eleito?”, questionou Brandi, referindo-se à crença do atual governo na eleição de Dilma Rousseff, que, teoricamente, daria continuidade ao legado de Lula.

“O governo Lula diz que não há dinheiro para nosso reajuste e corremos o risco de ouvir a mesma conversa ano que vem”, continuou Alexandre Brandi, alertando que os investimentos na área desenvolvimentista do país podem ser utilizados como justificativa para não aprovar o PCS. “É claro que queremos melhorias em estradas e indústrias, mas não é do nosso reajuste que isso tem que sair”, apontou, frisando que “se querem investir, que tirem dinheiro dos banqueiros, não dos trabalhadores”.

Com a proximidade das eleições deste ano, o presidente do Sindicato disse que os servidores precisam ter cuidado ao escolher seus candidatos. Afinal, ainda “assombram” o Congresso propostas altamente prejudiciais à categoria, como o PLP 549/09, que prevê o congelamento dos salários do funcionalismo público e atualmente encontra-se tramitando na Comissão de Finanças e Tributação. Além deste, também há, por exemplo, a PEC 190/07 (Estatuto do Servidor) e as propostas de reforma da Previdência Social, que visam a corrigir distorções atribuídas injustamente às pensões e aposentadorias dos servidores federais [veja matéria a respeito aqui].

TRE tenta intimidar o Apagão

No ato de hoje, 29, era clara a preocupação dos servidores do TRE, local onde o encontro aconteceu, com o comunicado expedido pela Diretoria Geral do tribunal com relação ao Apagão de 4 de agosto. Nele está escrito que a administração “tomará medidas rigorosas” para garantir os trabalhos para realização das eleições e que “até o presente momento, o tribunal tratou com tranquilidade a greve dos servidores, sem proceder desconto em folha e sem exigir a reposição dos dias parados”, mas prometendo “mais rigor” daí em diante.

Apesar de entender a medida como prerrogativa da administração, o presidente Alexandre Brandi classificou-a como “uma tentativa de retaliar o movimento, de paralisar pelo medo” e encorajou os servidores, lembrando que a greve é um direito do trabalhador. De acordo com o presidente, é preciso se arriscar agora para não se arrepender depois: “podem até cortar o ponto por um dia, o que não podemos é continuar esperando, vendo nosso PCS ser ignorado pelo governo”, alertou.

Mesmo com as ameaças do Tribunal, o “Apagão” segue: dia 4 de agosto, concentração e ato público em frente ao TRE a partir das 13h. Nos prédios das Justiças do Trabalho e Federal, o SITRAEMG estará presente com barracas, orientando os servidores a se dirigirem para a Justiça Eleitoral.

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