O estádio esportivo mais famoso de Minas Gerais, o Mineirão (Estádio Governador Magalhães Pinto), foi reinaugurado neste domingo, 3, com um jogo de futebol entre o Clube Atlético Mineiro e o Cruzeiro Esporte Clube, os dois rivais mais tradicionais do estado. No entanto, no “super clássico”, como o jogo é conhecido, o que era para ser uma festa acabou em decepção para os cerca de 60 mil torcedores que foram prestigiar a reabertura.
Já na noite de domingo, além do placar de 2 a 1 para o Cruzeiro, todos os veículos de comunicação noticiavam os inúmeros defeitos e problemas do estádio, que é um dos que receberá jogos da Copa do Mundo de 2014. Banheiros sem água e eletricidade, bares sem funcionar e má sinalização foram só alguns citados.
Tendo em vista todo o investimento feito na reforma do Mineirão – cerca de R$ 600 milhões – o repúdio foi total, inclusive do Judiciário. Nesta segunda, 4, a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), publicou uma nota na qual repudia o descaso com o trabalho dos servidores da Justiça no Estádio e declara que tomará providências para garantir a prestação jurisdicional no estádio.
Leia abaixo matéria do Jornal Hoje em Dia a respeito, com a íntegra da nota da Amagis:
Amagis “repudia despreparo da administradora do Mineirão”
O Juizado Especial e o Ministério Público (MP) foram barrados no Mineirão. As ocorrências registradas neste domingo (3) pelas polícias Militar e Civil ficaram apenas no papel por falta de infraestrutura. Pelo menos 15 pessoas envolvidas em crimes de pequeno delito e cadeirantes que não conseguiram entrar no estádio foram liberadas sem serem interrogadas pela Justiça.
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) emitiu uma nota de repúdio com essa atitude da Minas Arena, empresa que administra o Mineirão. Segundo o informe, “A Amagis vai tomar todas as providências para cobrar adequadas condições de trabalho e garantir a independência de atuação dos juízes, dando cumprimento à exigência legal da presença do Judiciário e, principalmente, o bem-estar e o direito do cidadão de frequentar e assistir, em paz, aos eventos esportivos”.
Veja íntegra da nota da Amagis
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) repudia o despreparo e a desorganização da empresa administradora do Mineirão, que, numa atitude de total desrespeito, tentou impedir, no domingo, o trabalho dos juízes do Juizado Especial durante a realização do jogo de reinauguração do estádio.
Depois de superar a arrogância, os juízes ainda se depararam com a total falta de estrutura para trabalhar. Não havia ventilação, energia elétrica e água no local, e um dos equipamentos do Tribunal foi danificado em meio à fiação exposta.
A Amagis se solidariza com a coordenadora do Juizado, juíza Cláudia Helena Batista, com os outros três juízes -Ludmila Lins Grilo, Otavio Augusto de Melo Acioli e Ana Carolina Rauen Lopes de Souza- e com a equipe do corpo funcional do Tribunal de Justiça, e enaltece a dedicação de todos, que, apesar do ambiente inóspito e das péssimas condições de trabalho, permaneceram no local durante todo o evento.
A Amagis vai tomar todas as providências para cobrar adequadas condições de trabalho e garantir a independência de atuação dos juízes, dando cumprimento à exigência legal da presença do Judiciário e, principalmente, o bem-estar e o direito do cidadão de frequentar e assistir, em paz, aos eventos esportivos.
Herbert Carneiro
Presidente da Amagis