Assim como o colega mineiro, servidor potiguar da JT protesta contra “surpreendente” perda de sua FC

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No dia 6 de junho, foi publicada neste site (confira aqui), CARTA ABERTA AOS EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES E JUÍZES E AOS COLEGAS SERVIDORES DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO E AO SITRAEMG, redigida pelo servidor Carlos Henrique da Silva Ferreira, Analista Judiciário da 16ª Vara do Trabalho, em Belo Horizonte, manifestando o seu protesto diante da retirada repentina da Função Comissionada que ocupava. Mais ou menos na mesma linha, o servidor da Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte Janilson Sales de Carvalho, coordenador geral do Sintrajur/RN, publicou artigo de sua autoria, no site daquela entidade, também dizendo-se ter recebido a notícia da perda de sua FC como um desagradável presente pelos 50 anos de idade que completou recentemente. Confira, abaixo, o artigo do servidor potiguar:

A “dispensa” da FC e a desumanização do ato burocrático

Completei 50 anos no dia 10 de junho, uma vitória, um sonho. Dois dias após o meu aniversário, 12 de junho, recebi um e-mail de felicitações, porém, no mesmo dia, a mesma mão que o redigiu, assinou uma portaria me “dispensando” de uma função comissionada. Ironias do destino que ainda me surpreendem aos 50. Devo caminhar… é só o que sei, sabendo que a vida é essa eterna cena farsesca.

Como ocorreu com muitos outros colegas nesses 21 anos de tribunal, não perguntaram como estava a minha vida ou quais eram os meus problemas, apenas decidiram o meu descarte. Claro que me senti mal, ou melhor, péssimo. Até este momento, sei que sou humano, frágil e mortal, como qualquer um, merecedor de um mínimo de respeito, se é que é possível. Sei que a minha história é igual a dos outros, pois é prática, ato contínuo, burocracia insensível e desumana recorrente no TRT21 e nada mudará isso.

Outro fato perturbador é que a portaria sai no meio do mês e terei que pagar no mês seguinte o valor que recebi a mais. Resultado, no mês seguinte, sem gratificação, terei o salgado desconto da diferença. Naturalmente, isso não importa a ninguém, o problema é apenas meu, da minha mulher, dos meus filhos e do meu cachorro.

Há tempos é preciso mudar certas práticas, criar outros mecanismos. É fundamental corrigir essa realidade e fazer surgir na frieza burocrática deste tribunal um pouco, minimamente, do “amor ao próximo” tão anunciado por Cristo. Quem será o próximo? Que próximo é esse e o que ele representa? O que torna alguém especial, merecedor, digno de algo neste tribunal? O que terá registrado em sua ficha funcional para perder ou ganhar algo? Subjetividades, nem sempre tão subjetivas.

Sou grato a quem confiou no meu trabalho e me honrou com uma função comissionada: Doutora Joseane. Observou-me durante alguns meses para concluir se eu merecia a função. Gostei disso, senti firmeza na confiança que me foi dada. Bela lição que trago na alma.

Resta caminhar sob a chuva, adiar pagamentos, cortar despesas e resistir às angústias. Outra ironia: ontem recebi o convite para revisão médica no TRT. Conclui que não é o momento, pois estou doente de tristeza e decepção com o TRT e, para isto, tenho certeza, não encontrarei remédio.

Por Janilson Sales de Carvalho – Coordenador Geral do SINTRAJURN”

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