Poucos servidores, infelizmente, compareceram à “agitação” promovida pelo SITRAEMG nesta quinta-feira (19), em frente ao prédio do TRT da Rua Mato Grosso, em Belo Horizonte. Porém, aqueles que lá estiveram presenciaram a animada batucada do bloco “A Justiça não é cega”, que é formada por filiados do Sindicato.
E o ato acabou se tornando mais uma ótima apresentação do bloco para o Carnaval/2020 e também o pontapé inicial das mobilizações dos servidores do Judiciário para as importantes lutas que prosseguirão no ano que vem, e que já tem marcado o indicativo de greve para o dia 18 de março, defendendo uma pauta recheada e inglória que inclui as três PECs do chamado programa Mais Brasil (PECs Emergencial, dos Fundos Públicos e do Pacto Federativo) e a Reforma Administrativa. São proposições de lei macabras do governo que visam desmontar o Estado brasileiro e os serviços públicos prestados à população, além da redução drástica dos direitos dos servidores.
Em pequenos intervalos do batuque, servidores presentes ocuparam o microfone para deixar o recado à categoria para aderir à luta. O coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro destacou que, desde a Emenda Constitucional 95 (congelou o orçamento da União por 20 anos), passando pela lei das terceirizações sem limite nas empresas e órgãos públicos e as Reformas Trabalhista e da Previdência, o governo vem tomando medidas determinadas a aniquilar direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de 100 anos.
“Vamos regaçar as mangas e lutar pelos nossos direitos”, conclamou Izidoro, convidando também os magistrados para as mobilizações, pois também são prejudicados com tais medidas. O filiado Gerson Appenzeller, servidor aposentado da Justiça Federal, acrescentou os advogados nesse rol de convidados para a luta -sobretudo aqueles que atuam no direito trabalhista – e as instituições que os representam, como a MATI e OAB. Já a filiada aposentada do TRT Etur Zehuri fez uma “provocação” a empresários (ou representantes de) que viam e ouviam a manifestação no TRT: “não existe lucro das empresas sem o trabalhador”.
Célio Izidoro também lembrou que o bloco carnavalesco do SITRAEMG iniciou suas atividades em 2016, quando a categoria voltava da maior greve de sua história, em 2015, pela reposição salarial, e elegeu como protesto, à época, o auxílio moradia que voltara a ser pago aos magistrados graças a uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux. Depois, e agora, mais do que nunca, acrescentou Célio Izidoro, foram se incorporando as lutas contra a retirada de direitos dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público, e da população. Aproveitou a oportunidade para adiantar que, no dia 14 de fevereiro próximo, o bloco A Justiça é cega fará seu desfile dentro da programação do Carnaval/2019 da Prefeitura de Belo Horizonte (aguardem novas informações).
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