O espetáculo “impermanência”, do grupo de alunos de Belas Artes (16barra2), apresentado recentemente, no teatro da UFMG, foi baseado no livro de título homônimo de autoria da escritora Maria Conceição da Cruz, servidora da Justiça Federal aposentada, filiada do SITAEMG e membro da Academia de Letras de Pará de Minas. O ator principal, Wendel Guilherme, também é paraminense.
Conforme informações da autora, foi feita uma forte pesquisa em cima do mascaramento cênico, que compõe os personagens narradores e foi dada uma atenção especial ao trabalho vocal, visto que o espetáculo é um musical com canções autorais. O planejamento e montagem, relata Maria Conceição Cruz, iniciaram-se em 2018 e, no início de 2019, começaram os ensaios e a preparação para a estreia no NEPOPO: festival nacional de teatro de São João Nepomuceno/MG. Há previsão de novas apresentações em setembro, em mais dois festivais. “E, se tudo der certo, Belo Horizonte também está na fila para futuras apresentações”, acrescenta.
Ainda de acordo com relatos da filiada do SITRAEMG, “os atores afirmam que ‘foi extremamente gratificante poder participar do festival e ver um trabalho tão árduo pronto e aplaudido de pé, por vários minutos’, além do entusiasmo e emoção do público”. Lograram o prêmio de melhor ator coadjuvante, além de outras três indicações: melhor trilha sonora, também inspirada no livro; melhor atriz coadjuvante e melhor maquiagem.
Na mensagem do livro, a autora enfatiza que, independentemente da espécie da dor (perder um dente, um parente, o amigo ou o emprego etc.), sempre é possível criar um atalho na dor e redescobrir o prazer de viver. “Na peça, a jovem poeta acaba de terminar o noivado de anos. Ele, também jovem, publicitário, perdeu seu amor em um fatídico acidente. Por acaso ou destino, Ester e Saulo encontram-se e, juntos, tentam a reerguida do momento de luto. Enquanto isso, três entidades sobre-humanas assistem e interferem na estória sob comando de Senhora, que tenta mostrar a seus discípulos, através do encontro dos dois jovens, que sempre é possível reencontrar o prazer em viver. O que ninguém esperava é que Senhora guardava um segredo sobre o desfecho do romance que se iniciava. Independentemente do final, a lição que se carrega é uma só: a vida é um estado de impermanência, e ponto final”, detalha.
