O SITRAEMG promoveu, na última sexta, 17, a palestra “A mulher e o papel da cultura na síndrome de Burnout”. O evento aconteceu na sala de convenções do prédio do Sindicato e fez parte do calendário de ações voltadas para o Dia Internacional da Mulher.
Na plateia, filiadas, servidoras e funcionárias do SITRAEMG vieram prestigiar a palestra ministrada pela psiquiatra Maria Letícia Ferreira. No final do evento, um coquetel foi servido especialmente para as mulheres presentes.
A Síndrome
Na tradução literal, “Burn” significa “queimar, esgotar” e “Out”, significa exterior, algo que vem de fora. A doença está ligada estreitamente a vida profissional, e seus portadores começam apresentar esgotamento físico e mental em decorrência do excesso de dedicação ao trabalho.
Os primeiros estudos brasileiros sobre a Síndrome de Burnout surgiram no final dos anos 80. Segundo Maria, a doença só foi incluída na lista de doenças pela Previdência Social, em 1999. Ela ainda explicou que existem quatro dimensões de risco para o desenvolvimento da doença:
- A organização, o ambiente e a estrutura do espaço físico do trabalho;
- As características individuais do sujeito;
- As relações interpessoais no ambiente de trabalho;
- E a sociedade em que ele está inserido.
A palestrante também alertou sobre os sintomas da doença, que envolvem a perda a capacidade de ter empatia com o outro; a exaustão, em decorrência do estresse ocasionado pelo excesso de trabalho; e a insatisfação profissional, uma vez que o indivíduo não se sente reconhecido pelo o que faz. Os sintomas também incluem quadro de irritabilidade, desânimo em relação ao trabalho, e sensação de fracasso. As consequências físicas da doença incluem dores crônicas, enxaqueca e até diabetes. Além disso, o portador da síndrome também pode se isolar socialmente e ter sua vida profissional comprometida, devido à inseguranças e a baixa autoestima, frutos da sensação de fracasso.
A doença costuma atingir principalmente as mulheres, que possuem fator de risco devido as mudanças hormonais que elas sofrem durante a vida. Outro fator é a costumam jornada dupla que muitas mulheres enfrentam no seu dia-a-dia. A sociedade espera que a mulher, além de trabalhar fora de casa, ainda consiga cumprir com as tarefas domésticas. Na maior parte das vezes, não é reconhecida pelo trabalho ou simplesmente não consegue alcançar as expectativas impostas para ela, o que pode acabar gerando grande frustração e estresse.