SITRAEMG repudia manifesto de servidores do Judiciário Federal em defesa do governo publicada no site da CUT

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O SITRAEMG vem a público manifestar sua indignação e o total repúdio ao “Manifesto de servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Publico da União, em defesa da democracia e contra o golpismo”, publicado no site da CUT- Central Única dos Trabalhadores (confira AQUI) a partir de petição eletrônica veiculada pelo portal Avaaz.org.

A atual direção do SITRAEMG, como não poderia deixar de ser, respeita todas as correntes de pensamento existentes dentro da categoria. Isto é democracia. Entende, contudo, que quando se vai falar ou se manifestar em nome de um segmento, deve-se ter o cuidado de avaliar se o conteúdo do manifesto em questão reflete efetivamente os anseios da ampla maioria dos integrantes do segmento. Ou, caso contrário, que se deem os nomes completos de todos os signatários do documento.

O SITRAEMG parte desse ponto de vista para lembrar a todos que o governo petista, que é defendido pelos signatários do referido abaixo-assinado, não tem o apoio da grande maioria dos servidores do Judiciário Federal. Isto porque, além de impor à categoria uma defasagem salarial que este ano completa uma década, recorrendo a toda sorte de manobras para dominar sucessivos presidentes do Supremo Tribunal Federal e sua base parlamentar no Congresso Nacional, os governos petistas – primeiro com Lula e, por último, com Dilma – “minaram” a aposentadoria do funcionalismo público e agora o ameaçam com o anúncio de que encaminhará ao Legislativo propostas de mais uma reforma na Previdência – a “reforma das reformas” – e de flexibilização das leis trabalhistas, que ao final, juntada à liberação geral das terceirizações, aniquilará de vez os direitos trabalhistas dos setores público e privado.

Os assinantes do manifesto, dizendo-se defensores “da legalidade, da democracia e do Estado Democrático de Direito”, classificam como “ação conspiratória e desestabilizadora” a atuação do Judiciário e do Ministério Público e a cobertura da imprensa em relação às investigações em curso dos crimes de corrupção imputados pela operação Lava Jato a integrantes do PT e partidos da base aliada do governo pela operação da Lava Jato. Mas se esquecem de que as cúpulas dessas mesmas instituições e a própria imprensa sempre estiveram ao lado do governo nos projetos de lei contrários aos interesses dos trabalhadores.

Eles também reclamam que a autorização do vazamento de gravações da presidente Dilma pela imprensa, pelo juiz Sérgio Moro, “põe em risco a soberania nacional, agride de morte o papel de equilíbrio, moderação, prudência, cautela, austeridade, imparcialidade e comedimento da magistratura a ela imputados por lei e que dela se exige”. Mas escondem o fato de que o governo da própria presidente Dilma tem seguido à risca tais princípios ao defender projetos que atropelam direitos trabalhistas, sob o discurso de que são medidas “necessárias” para garantir famigerados ajustes fiscais e a cobertura de rombos da Previdência.

Diz ainda o manifesto: “Queremos, como servidores públicos e também como cidadãos da sociedade à qual prestamos serviço, que, no atual cenário de acirramento de ânimos, o Poder Judiciário e o Ministério Público atuem estritamente nos limites da Constituição, lei maior instituída pelo povo brasileiro e a todos imposta”. É também o que defende a direção do SITRAEMG. Contudo, que isso valha também para ações do governo e da cúpula do Poder Judiciário em relação aos servidores. E não é o que se tem visto ao longo desses 14 anos de reino petista.  O governo optou pelas armadilhas do capital e agora paga caro se transformando em vítima delas mesmas.

O SITRAEMG avalia, por fim, que a publicação do manifesto no site da CUT agride ainda mais a categoria porque a Fenejufe e a quase totalidade dos sindicatos a ela filiados, incluindo o SITRAEMG, já não possuem mais qualquer vínculo com aquela central sindical por terem chegado à conclusão de que a mesma, ao se aliar ao governo, já não representa, há muito, os trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada. E a tendência é de que os poucos servidores cutistas ainda remanescentes na direção da Federação sejam rechaçados, de vez, já no processo eleitoral que indicará a próxima diretoria, no 9º Congrejufe. Quem viver verá!

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