A categoria informa que, mesmo que tenha que engolir “goela abaixo” a nova proposta, se manterá unida e fortalecida para as próximas lutas
Seguindo o calendário nacional de mobilização do Judiciário Federal, foi realizado na tarde de hoje, 25, ato público em frente ao prédio do TRT da Rua Mato Grosso, em Belo Horizonte. Servidores das justiças Trabalhista, Federal e Eleitoral, reunidos, criticaram fortemente a nova versão para a reposição salarial da categoria, que foi apresentada ontem, pela Direção Geral do STF a dirigentes da Federação (relembre AQUI). As principais críticas se deram, sobretudo, em torno do grande número de parcelas (8), pela absorção dos 13,23% e pela ausência de representantes dos servidores durante as negociações.
O coordenador sindical Célio Izidoro abriu o ato público fazendo uma retrospectiva acerca dos PCSs alcançados pela categoria ao longo das últimas décadas, e destacou a data, que já alcança dez anos sem reposição salarial desde o último PCS, ainda em 2006. Após tecer críticas acerca da nova versão da proposta de reposição, e também à falta de unidade entre os membros da Diretoria da Fenajufe, que acabou favorecendo o governo, em detrimento da categoria, o coordenador sindical informou que o momento é também de união para análises de outras questões, como, os cortes nos orçamentos dos tribunais regionais. Ele relembrou que, apenas na Justiça Trabalhista, o corte chegou a 42%, ampliando ainda mais o sucateamento daquela Justiça. “Dentre os cortes, estão a não renovação de contratos com os prestadores de serviços da Feneis e a não reposição do quadro de estagiários de direito”, o que vem contribuindo para uma sobrecarga ainda maior para os servidores, além de grandes prejuízos para todo o funcionamento do Tribunal.
Alexandre Brandi, conselheiro fiscal do Sindicato, ao se referir ao PL 2648/15 (PL do leitinho), disse que é necessário que a categoria busque urgentemente a democratização dentro do Judiciário, onde os servidores possam participar das eleições e das escolhas para os dirigentes dos tribunais, tanto nos regionais, quanto nos superiores. “Temos que avançar neste ponto e fazer acontecer as eleições diretas para esses cargos”, aponta Brandi, criticando a postura dos atuais diretores e presidentes daqueles tribunais, que não vêm representando a categoria. Aposta ele, que, a nova versão do projeto de reposição do Judiciário foi confeccionada pelo diretor geral do STF, Amarildo Vieira, a mando do governo (PT). “Deixamos claros que não estamos satisfeitos com a nova versão do projeto; não foi este o discutido e aprovado junto à base e, ao termos que aceitá-lo “goela abaixo”, que nos preparemos para as próximas lutas”, convocou Brandi.
A também coordenadora do Sindicato Vilma de Oliveira, ao criticar a proposta do Projeto, bem como os cortes orçamentários nos tribunais, disse que estas atitudes mostram realmente quem manda no Judiciário Federal. Lembrou a incansável luta da categoria quando da aprovação do PL 7920/14 (28/15) nas duas casas do Congresso Nacional e, em seguida, vetado pela presidente. Criticou também a possibilidade de o TSE não aumentar o valor do auxílio- alimentação para os seus servidores, que alegou a falta de verba no orçamento. “Então, o que não nos faltam são motivos para nos indignarmos e para nos manifestarmos”, concluiu.
Seminário e AGE
Os coordenadores Igor Yagelovic e Henrique Olegário reforçaram a convocação do SITRAEMG à categoria para a participação na assembleia que será realizada no dia 12 de março próximo, no hotel Mercury, em BH, onde serão eleitos os Delegados e Observadores que representarão o Sindicato no 9º Congrejufe, a ser realizado nos dias 27/04/16 a 01/05/16, em Florianópolis (SC). Também nesse dia, antes da AGE, que acontecerá no período da tarde, lembrou Yagelovic, o Sindicato promoverá um seminário para debater os temas do Congrejufe com mais profundidade. O seminário contará com a presença de coordenadores da Fenajufe, e serão repassadas todas as dúvidas acerca dos Congrejufes e eleições anteriores da Fenajufe. Também haverá informes sobre as chapas, dirigentes e seus mandatos (grupos, partidos, número de anos na Federação etc.).
Olegário Henrique falou sobre a importância de a categoria se posicionar, durante o Seminário, sobre a proposta de reposição do STF; “deixar claro que ela não nos agrada”, declarou, lamentando que o STF não representa a categoria e que não abraça a sua causa, “por isso, temos que continuar mobilizados”, finalizou.
Pé na Estrada
Esse trabalho de mobilização e conscientização também tem sido feito no interior do estado, dentro do projeto “Pé na Estrada”. Henrique Olegário e Célio Izidoro relataram suas últimas experiências durante as viagens à região do Triângulo mineiro, quando da realização do Encontro Regional na cidade de Uberlândia. Em especial, além de ouvir sugestões, críticas, dentre outros, os sindicalistas convidaram aqueles colegas para participarem da importante assembleia que acontecerá em 12 de março.
