Acompanhe o Sitraemg nas redes sociais

Nunca foi mesa de negociação, sempre foi espaço de enrolação

Coletivo Luta Fenajufe, subscrito por David Landau
Compartilhe

Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria do Sitraemg.


1) Ao passo que a categoria acompanhava atentamente os preparativos para uma reunião do Fórum de Carreira do CNJ – vendido à categoria pelas burocracias sindicais como um espaço de negociação – o STF se movimenta e mostra aquilo que o coletivo Luta Fenajufe sempre afirmou: o fórum nunca foi um espaço de negociação, sempre foi um espaço de enrolação.

2) Ignorando por completo o calendário de reuniões do fórum, o STF encaminha, em paralelo e unilateralmente, uma proposta de reajuste em três parcelas consecutivas e sucessivas de 8% anuais, a serem implementadas a partir de julho de 2026 – a qual deveria minimamente ser aceita ou não pela categoria. Com isso, escancara o teatro que sempre foi o fórum de carreira e enterra de vez a ilusão que esse espaço seria um espaço de negociação da categoria com a cúpula do Judiciário. Essa farsa sempre esteve à vista, mas iludir a categoria era parte do cardápio de esvaziamento da greve.

3) Vejamos. O reenquadramento dos auxiliares, aprovado em 2023, nunca foi encaminhado. O Adicional de Qualificação, aprovado por unanimidade no fórum, foi encaminhado de outra forma pelo STF ao Congresso Nacional, rebaixada. E uma suposta proposta “de consenso” negociada entre o campo majoritário da Fenajufe (D&L/CUT) e o Sindjus/DF – desrespeitando as diretrizes de reestruturação de carreira aprovadas nas instâncias da categoria – articulada pelo magistrado coordenador do fórum (Guilherme Feliciano, ex-presidente da Anamatra), mostrou-se um engodo quando se revelou que as administrações não faziam parte do tal consenso, mas sim tinham sua própria proposta – a qual foi a aprovada pelo STF em sessão administrativa.

4) Em meio a esses capítulos do fórum, todos os processos de mobilização da categoria, que poderiam pressionar por avanços mais significativos, foram desmantelados pelo conluio entre as administrações, campo majoritário da Fenajufe (D&L/CUT) e Sindjus/DF, com anúncios de avanços que nunca se concretizaram – sempre às vésperas de algum indicativo de mobilização.

5) Não bastasse a ilusão vendida com o fórum, o setor majoritário da Fenajufe (D&L/CUT) e o Sindjus/DF também mentiram para a categoria ao defender que o parcelamento de planos de carreiras, cargos e salários não poderia se estender além do mandato do chefe do executivo – uma limitação que não se aplica ao Judiciário – o que sabotou a luta pela implementação escalonada e progressiva do PCCS aprovado pela categoria.

6) Agora, o próprio STF – com posicionamento mais avançado que as próprias representações sindicais majoritárias da categoria – encaminha parcelamento para além do fim do mandato do Presidente da República e mostra que a tal “janela orçamentária” era apenas um engodo e uma traição à categoria por aqueles que deveriam representá-la e defendê-la.

7) Sem mobilização, o STF se vê confortável para encaminhar propostas que atendam majoritariamente aos interesses da própria magistratura e reduzir o plano da categoria, jogando as parcelas para julho – reduzindo pela metade no respectivo exercício o impacto de sua implementação. Tudo isso para continuar, sem resistência real da categoria, a política de penduricalhos que exaure o orçamento do Judiciário Federal e inviabiliza o atendimento das reivindicações da categoria.

8) À categoria resta resistir, como sempre fizemos nas históricas conquistas das nossas mobilizações. Precisamos lutar pela implementação em janeiro de todas as parcelas de recomposição ou reestruturação, assegurando o máximo aproveitamento do orçamento e o maior volume de recursos nos bolsos dos servidores e das servidoras. Precisamos lutar pela efetiva aprovação do Adicional de Qualificação (AQ) no Congresso Nacional e pela implementação do auxílio-nutrição para aposentados e aposentadas. Precisamos cobrar o avanço da reestruturação da nossa carreira, com aproximação mais rápida do fim de carreira de analista aos valores atualizados do ciclo de gestão do Executivo e com a valorização dos técnicos, através da sobreposição das tabelas remuneratórias e com o final da carreira se aproximando de 85% do final de carreira de analista. E ainda será necessária muita resistência para fazer frente a ameaça de reforma administrativa para assegurar a nossa estabilidade e outros importantes direitos.

9) Podemos avançar muito além do que as direções pelegas têm dito. Temos, enquanto categoria, muita força de pressão e o próprio STF sabe disso. Importante lembrar que o ministro Barroso recebeu a categoria no início de junho, quando ainda havia um calendário de mobilização a ser efetivado, e naquela oportunidade foi apresentada uma “carta de intenções” com implementação do AQ ainda esse ano, uma parcela para 2026 e a reestruturação a ser debatida a partir de setembro. Porém, após aquele período, a greve não foi construída pela majoritária da Fenajufe – que continuou alimentando a ilusão no fórum de carreira – e hoje a reestruturação está cada vez mais distante. Fica evidente, mais do que nunca, que sem mobilização não teremos correlação de forças frente ao STF.

10) O cenário é difícil, mas já vencemos em outros momentos! O Coletivo Nacional de Oposição Luta Fenajufe conclama a categoria à mobilização, unindo todos os segmentos e construindo pelas bases a resistência que as direções buscam a todo instante sabotar!

Coletivo Luta Fenajufe, subscrito pelo coordenador do Sitraemg e da Fenajufe David Landau

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags