Nessa quarta-feira, 15 de outubro, dia de paralisação de duas horas dos servidores do Judiciário Federal em Minas, pela aprovação do PL 7920/14 e inclusão da verba para sua implementação na Lei Orçamentária Anual, os servidores da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho de Uberaba se reuniram na sede da Subseção Judiciária local e debateram a mobilização e outras questões afetas à categoria, incluindo as recentes mortes de três servidores do TRT de São Paulo, noticiadas esta semana pelo SITRAEMG (veja aqui).
Veja, abaixo, o que foi discutido na reunião de ontem em Uberaba, em relato enviado pela servidora da Justiça do Trabalho daquela cidade e ex-coordenadora regional do SITRAEMG, Liliam Lyrio:
“Hoje os servidores reuniram-se na JF, com a presença de alguns servidores da JT
Os servidores comentaram a notícia sobre as três mortes de servidores no TRT2, o que faz pressupor a existência de ambiente de trabalho nocivo, além de assédio moral, que se manifesta vertical e horizontalmente. Este último, até pior, é o decorrente da indiferença dos colegas de trabalho, os quais, presos à sua individualidade, são incapazes de demonstrar solidariedade em relação aos assediados. A servidora Eliana Souza levou os colegas a refletirem sobre o que tem acontecido nos tribunais, que exigem, mais e mais, e com intensa pressão, metas inalcançáveis, e nas vidas dos próprios servidores, que não se enxergam como categoria. Triste foi a conclusão da servidora Sandra Duarte do TRT2: “Não foi o assédio que aumentou, foi a solidariedade que desapareceu”.
Os servidores também falaram sobre a lição de Souto Maior, no sentido de que a recente decisão do TRF3 negou a existência do direito de greve e que “O poder de organização e a força do movimento, a quantidade de pessoas envolvidas na greve – isso certamente influencia na apreciação do contexto”.
Os servidores programaram uma reunião para o dia 22/10/2014 e propagandas nas rádios AM e FM da cidade, informando a população sobre o congelamento dos salários dos servidores, bem da como sobre a ausência de data-base, a exemplo do Sinjufego.
Os servidores planejaram visitas aos deputados federais com escritório na cidade, solicitando o apoio à luta salarial.
Por fim, os servidores avaliaram a necessidade de se intensificar a mobilização em todo o país com o objetivo de pressionarem o governo Dilma e o STF a negociarem e a acordarem uma solução para os salários congelados desde 2006.”