Marcha em Belém abre hoje o Fórum Social Mundial

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O Fórum Social Mundial 2009 começa oficialmente hoje (27), às 15h, com marcha pelas ruas de Belém (PA), cidade-sede desta nona edição do evento. Mais de 40 mil pessoas devem participar da caminhada, que terá início na Escadinha do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, até a Praça do Operário, no bairro São Braz.

A marcha simboliza a passagem entre dois fóruns. O ritual deste ano lembrará a edição realizada em 2007 no Quênia, na África, já que no ano passado as discussões ocorreram em diversos países simultaneamente.

Ao longo da caminhada, representantes das entidades organizadoras e demais participantes levam bandeiras e símbolos. O Greenpeace promete levar uma vaca inflável de quatro metros para protestar contra os agropecuaristas.

Participam também grupos menos conhecidos, como o Coletivo Marcha da Maconha Brasil, movimento cultural, social e político que questiona a proibição no Brasil do plantio e consumo de cannabis, planta da qual é feita a maconha. Além de grupos organizados e entidades da sociedade civil, minorias étnicas indígenas, descendentes de quilombolas e ribeirinhos também devem participar da marcha de abertura.

Diretamente de Belém, o Congresso em Foco acompanhará os principais debates do FSM. O futuro da Amazônia e soluções para a crise mundial serão os principais eixos das discussões, que se estenderão até o próximo domingo (1º) na capital paraense, em contraposição ao Fórum Econômico Mundial, a ser realizado no mesmo período em Davos, na Suíça (leia mais).

Movimentação na economia

Na tarde de ontem (26), no segundo dia de cadastramento e véspera do início do fórum, enquanto os termômetros de Belém marcavam 30º C, a cidade já sentia o esquentar dos “ares” de um evento com dimensões continentais. Pelas ruas, além dos outdoors espalhados com mensagens de boas-vindas em diversas línguas, pessoas de várias nacionalidades podiam ser vistas se ambientando no local que sediará o evento por seis dias.

Mais de 100 mil pessoas de 150 diferentes países devem caminhar pelas ruas de Belém. O fórum é definido como um “espaço aberto de encontro plural, diversificado, não-governamental e não-partidário, que estimula o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos para um mundo mais justo, solidário e democrático”.

A expectativa, de acordo com a organização do evento, é que os turistas injetem na economia paraense cerca de US$ 60 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 139 milhões. O valor é bem acima dos US$ 27 milhões que entraram na economia gaúcha no primeiro fórum, realizado em Porto Alegre (RS) em 2005. Naquela edição, 60 mil pessoas participaram das atividades.

Somente para esta edição do fórum, foram criados dez mil empregos, dos quais, cinco mil diretos. Segundo o coordenador do Comitê Executivo do Fórum Social Mundial, Raul Meireles, a prefeitura de Belém investiu cerca de R$ 7 milhões no evento, enquanto o governo estadual designou R$ 368 milhões para o fórum.

Problema social

O Fórum Social Mundial será realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA) e na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Os dois campi estão localizados no bairro Terra Firme, um dos mais pobres e violentos da capital paraense.

O local enfrenta uma série de problemas sociais, a começar pelas questões urbanísticas. As casas, às margens da Avenida Perimetral, que liga uma universidade à outra, são, em sua maioria, feitas de madeira e suspensas sobre um riacho em que são depositados lixo e esgoto. O cenário se apresenta como um desafio para os participantes do fórum que se dispõe a debater e buscar soluções para os atuais problemas sociais e ambientais.

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