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Em reunião do Conselho Editorial do Brasil de Fato MG, economista fala sobre a luta de classes no Brasil

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O Jornal Brasil de Fato MG, do qual o SITRAEMG é apoiador, fazendo parte do seu Conselho Editorial, completou no dia 23 de fevereiro, seis meses de vida; e hoje, dia 15, foi realizada a primeira reunião do Conselho, onde se reuniram, no auditório do Sindibel – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte, à Avenida Afonso Pena, 726, representantes de movimentos sociais e sindicais, apoiadores do Jornal, para discutirem as propostas de pautas. Na oportunidade, foi apresentado um balanço das parcerias, da distribuição do impresso, página e redes sociais, além da presença de João Pedro Stédile, economista e membro da direção nacional do Movimento  dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fez uma análise da conjuntura nacional, na abertura do encontro.

Stédile abriu seu pronunciamento se posicionando que o Jornal só faz sentido se estiver colado junto ao “nosso” povo, que está nas igrejas, escolas, academias, dentre outros. E, ao falar sobre a conjuntura nacional, o economista comparou a luta de classes como uma torcida de futebol, existindo dois lados; o do trabalhador e o da burguesia. “Nós, militantes, somos os torcedores, estamos na arquibancada”, exemplificou, dizendo que não há possibilidades de os dois lados ganharem, nem perderem, tampouco, empatarem. O ativista disse que gosta de fazer essa comparação popular para facilitar o entendimento do que está acontecendo com a luta de classes nesse momento. Stédile destacou, ainda, que, cada uma dessas classes, por dentro, se multiplica em frações, gerando, assim, grande diversidade de interesses. Por exemplo, os interesses de um camponês e os de um trabalhador da Petrobrás.  “Vivemos numa sociedade muito complexa, onde apenas 5% dela é composta pela burguesia e 10% pela média burguesia”, aponta.

Contexto histórico da luta de classes                   

 O economista relembrou o surgimento do neoliberalismo no Brasil, há uns 15 anos atrás, que causou um enorme estrago para o país, chegando, à época, a 17 milhões de desempregos. Com a chegada de Lula à Presidência do Brasil, a sociedade passa a viver o período neodesenvolvimentismo – sustentado por três pilares: crescimento econômico + papel do estado como coordenador da economia + distribuição de renda para a classe trabalhadora -, com proposta política de retomada dos crescimentos econômico e social, porém, mais difícil de realizar mudanças estruturais. “Falta de soluções reais para a sociedade”, analisa Stédile.

Mobilizações de Junho      

O ativista recordou-se que elas começaram por um pequeno grupo de manifestantes em defesa da redução das tarifas de ônibus e que ganharam uma grande força em todo o Brasil. As manifestações sinalizaram que haviam problemas muito graves na sociedade brasileira, como, o transporte, a educação e a saúde, e que ninguém resolvia.  “E o modelo de política do neodesenvolvimentismo ainda não conseguiu sanar esses três problemas”, critica Stédile, citando os programas de educação do governo federal, como o Prouni, que não consegue levar todos os jovens para a universidade. Dados apontam que, com os programas do governo petista, subiu de 6% para 15% do número de jovens brasileiros que ingressaram numa universidade.  E os outros 85%? Como fazer uma política onde todos os jovens possam entrar para a universidade? O economista faz o questionamento, lembrando, que na Bolívia, 65% dos jovens já ocupam esse espaço. “O problema é falta de prioridade para com a sociedade”, critica o economista.

“É preciso uma nova geração de militantes para mudar essa realidade”, apontou Stédile, desejando que a classe trabalhadora organizada volte às ruas somando-se às manifestações, e que os movimentos popular e sindical assumam esta bandeira em favor do povo.

O Jornal Brasil de Fato Minas Gerais       

Em seis meses de vida o Jornal mineiro conta com uma tiragem de 40 mil exemplares semanais, com o objetivo de atingir 100 mil até o final de 2014. São mais de 60 pontos de distribuição do impresso na Grande BH, com entregas às sextas-feiras. Atualmente o Jornal conta com 15 organizações parceiras e seu Conselho Editorial conta com 40 integrantes.

Mais informação sobre o Jornal Brasil de Fato acesse: www.brasildefato.com.br

 

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