No Fórum Regional Eleitoral Desembargador Ayrton Maia, em Juiz de Fora, última cidade no roteiro de visitas do SITRAEMG aos locais de trabalho do Judiciário Federal na Zona da Mata, funcionam seis Zonas Eleitorais – em todas, a mesma reivindicação: um prédio novo, com condições dignas de trabalho para todos os servidores e de atendimento para a população. A coordenadora do SITRAEMG Débora Melo Mansur está representando o Sindicato nestas viagens e conversou com cada servidor de cada uma das seis ZE.
Tal qual em Muriaé, onde o prédio da única Vara do Trabalho possui uma enorme escada e nenhum elevador ou rampa, em Juiz de Fora os servidores também padecem com uma escadaria e eventualmente precisam carregar um cadeirantes, idoso ou deficiente escada acima, mesmo havendo um posto de atendimento ao cidadão no térreo. Fora isso, os servidores relataram que a poeira é muita, devido ao pesado tráfego logo em frente ao prédio. De acordo com eles, um médico otorrinolaringologista já esteve no local e atestou que o pó que entra pelas janelas é altamente prejudicial.
O prédio, que é alugado – e, curiosamente, de frente para o maior cemitério da cidade -, também não possui ar-condicionado e nem ventiladores, sendo necessário deixar as janelas constantemente abertas – ou seja, com mais poeira entrando. No grande salão onde os servidores ficam, as divisórias são feitas por móveis, que formam apertados corredores. Nesses verdadeiros “labirintos”, também há muito material empilhado e mobiliário quebrado pelos cantos.
A população também reclama, conforme os servidores: a localização é ruim, as linhas de ônibus que servem ao local são escassas e não há como estacionar por perto sem correr o risco de ser multado. Os trabalhadores disseram que já solicitaram a mudança de local, mas o TRE não quer comprar um imóvel – estaria esperando a prefeitura ceder um. “Seria até melhor comprar, pois resolveria mais rapidamente o problema dos servidores e ele [o imóvel] se tornaria patrimônio da União, um investimento”, opinou Débora Mansur.
Precariedade em outras áreas também
Os servidores das ZE de Juiz de Fora demonstraram estarem ressentidos com o tratamento (ou a falta dele) dado pela administração aos Cartórios do interior – a situação precária já foi inclusive presenciada diversas vezes pelo SITRAEMG em suas viagens. “Somos o ‘primo pobre’ do Judiciário”, reclamou um servidor, enquanto outro dizia que “quando é para criar cargos, criam à vontade para a Justiça do trabalho e para a Justiça Federal, mas, quando precisamos de servidores, a administração [do TRE] nos manda requisitar da prefeitura”.
Os trabalhadores também falaram sobre a mudança do tribunal no que tange à tolerância de 210 minutos que antes existia. Agora, os servidores possuem horário flexível, porém, como o ponto é apurado semanalmente, qualquer atraso acontecido em uma semana não pode ser compensado na outra, o que leva a descontos no contracheque. Eles pediram providências ao Sindicato e sugeriram que o ponto seja apurando mensalmente.
Débora Mansur considerou a visita muito produtiva, apesar dos problemas relatados. A sindicalista lamentou o tratamento dado à Justiça Eleitoral, e afirmou que é preciso que a administração valorize mais seus servidores. “Isso compromete a imagem do TRE frente à população e desacredita esse que é o tribunal da cidadania”, apontou a coordenadora, que também é a responsável pela pasta de relações de trabalho e saúde do SITRAEMG.
Recadastramento e evento regional
Os servidores do Fórum Regional Eleitoral Desembargador Ayrton Maia também foram incentivados a manterem seus dados atualizados junto ao Sindicato e vários aproveitaram para se recadastrar. Eles também receberam materiais informativos do SITRAEMG e foram convidados a participar do Encontro Regional Zona da Mata, nos dias 21 e 22 de junho, em Juiz de Fora (veja detalhes aqui).
Janaina Rochido, de Juiz de Fora
