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Encontro Regional Triângulo: Impacto do PJe na saúde dos servidores

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Palestra com o tema: “Impacto do PJe na saúde dos servidores” também fez parte da pauta do Encontro Regional do Triângulo Mineiro. A apresentação foi feita pela coordenadora de Relações do Trabalho e Saúde do SITRAEMG e psicóloga, Débora Melo Mansur, que teve, à mesa, a companhia do também coordenador sindical Fernando Guetti e a aposentada pelo TRT Tânia Zandonadi.

Para a explanação do tema, Débora se baseou em um estudo realizado por profissionais da equipe de assessoria do Sintrajufe-RS a partir de uma “pesquisa geral de saúde” (veja aqui) que promoveram junto aos servidores dos quatro tribunais federais no Rio Grande do Sul. Este estudo tmbém foi apresentado na sede do SITRAEMG, em fevereiro deste ano, pelo médico do trabalho Geraldo Azevedo da assessoria de Saúde do Sintrajufe-RS, no I Encontro de Assessores e Assistentes de magistrados. A pesquisa foi realizada no período de setembro de 2011 a janeiro de 2012, com a distribuição de 6.273 questionários, 3.744 dos quais foram respondidos.

“O ser humano virou máquina há muito tempo, e, com isso é desvalorizado e trocado”. Foram com essas palavras que a coordenadora sindical deu início à sua palestra referindo-se ao Processo Judicial Eletrônico (PJe) que vem sendo instalado na Justiça Trabalhista. O PJe foi inaugurado em dezembro de 2011 e já funciona em todas as 24 Regiões do Judiciário Trabalhista no Brasil, e é considerado como prioridade para oTribunal Superior do Trabalho (TST) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).

Aumento no número de processos

De acordo com a pesquisa realizada pelo Sindicato do RS, a principal atribuição nos tribunais do Judiciário é análise de processos, chegando a 56,8%. Débora destacou, em relação à pesquisa, que no tópico “organização do trabalho” a quantidade de processos vem aumentando vertiginosamente, o que não acontece na mesma proporção com a mão de obra. A pesquisa aponta, ainda, servidores que trabalham em casa, além da jornada contratual, e tarefas realizadas nos finais de semana.

Pausas laborais

13,9% dos pesquisados (das quatro justiças) responderam que não fazem pausas regularmente durante o trabalho. E isso porque, segundo eles, se pararem, o trabalho ficará atrasado. “A pausa deve ser feita. Ela está diretamente relacionada à saúde do servidor”, disse Débora reforçando a necessidade de uma interrupção de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados. A coordenadora lembrou, ainda, que com o advento do PJe o servidor está sujeito a não fazer esta pausa, pois, como o processo físico não mais existirá, a pessoa não precisará se levantar para arquivar o processo. “Não temos o hábito de parar. Somos feitores de nós mesmos”, destacou, pedindo a conscientização de cada colega na realização dessa pausa. “Temos limites físicos e psíquicos, e isso adoece”, finalizou Débora.

Na pesquisa, 33,3% dos entrevistados disseram fazer pausas inferiores a 10 minutos.

Avaliação do Processo Eletrônico

Débora destacou os principais números da pesquisa no tópico “Avaliação do Processo Eletrônico”, na Justiça Federal – onde a implantação chegou primeiro – e ficou claro de como a novidade traz grandes prejuízos aos servidores. A pesquisa aponta que a possibilidade de cometer erros é maior, e entre os fatores pode-se destacar: a forma como são nomeados os documentos pelas partes; o pouco tempo para análise; o cansaço; as metas de produtividade; e a dificuldade para verificar a autenticidade dos documentos.  Quanto à leitura dos processos: é mais difícil no monitor devido ao cansaço das vistas; pela extensão do texto; e pela impossibilidade de marcar os textos.

Motivação e desmotivação

Neste tópico foram detectadas que a estabilidade e salário são as principais motivações para trabalhar no serviço público, nesse caso, no Judiciário. No ranking de motivação, a jornada de trabalho e tarefas/atividades vem na sequência. E bem distante, em última posição deste ranking, está a meta como uma das motivações. Se tratando da desmotivação, a falta de possibilidade de crescimento; as metas; a política de capacitação; e desvalorização social vem no topo do ranking.

Sintomas oftalmológicos e osteomusculares

Foi detectado um percentual maior desses sintomas nos servidores da Justiça Federal, onde o PJe foi implantado primeiramente. Nas vistas, a pesquisa mostra que sempre ou quase sempre, os servidores têm sentido dor e ardência; ressecamento; cansaço e embaralhada e desfocada. As dores no pescoço, ombros, costas, braços e pernas também destacam um aumento no percentual após o PJe.

Indicativo de distúrbios psíquicos e o uso de medicamentos/tratamento também são maiores na Justiça Federal.

Descruzar os braços        

“O PJe não é uma nova ferramenta, ele é um novo modelo de trabalho” disse a coordenadora sindical Débora, alertando que as pessoas devem “descruzar os braços” e sair da zona de conforto para o não adoecimento. “Devemos fazer nossas pausas mesmo com o excesso de trabalho. Temos que parar e pensar mais na nossa saúde”, finalizou, convidando os colegas para um debate.

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