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Servidores indignados com o governo votam por paralisação pelo PCS nesta sexta

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Centenas de servidores reuniram-se na tarde de hoje, 20 de junho, em frente à Justiça Federal, em Belo Horizonte, para ato público e assembleia pela aprovação do PL 6613/2009, o PCS, parado até hoje na Comissão de Finanças e Tributação – CFT em Brasília. Foi ao som de palavras de ordem, apitaços e gritos que os participantes se manifestaram contra o radicalismo do governo Dilma e votaram por um novo Ato Público nesta sexta-feira, dia 22, com paralisação das 12h às 14h, seguido de Assembleia Geral Extraordinária (veja Edital ao término da matéria), desta vez no prédio número 100 do TRE, na Avenida Prudente de Morais, também na capital.

Servidores presentes votaram por ato e paralisação nesta sexta, 22, em frente ao TRE (Foto: Erinei Lima)

O filiado do SITRAEMG e presidente da ASSOJAF-MG, Welington Gonçalves, foi um dos primeiros a se manifestar, convocando os colegas a descerem e participarem. “Quem não se mobiliza acaba sendo conivente com o governo”, criticou o servidor, lembrando os seis anos sem aumento e as declarações do governo contra grevistas. A mesma crítica foi feita por Mauro Alvim, servidor do Tribunal Regional do Trabalho, que chamou a atenção para a urgência da mobilização: “o governo prefere cuidar do problema dos outros [referindo-se às ajudas que o Brasil vem dando a outros países] do que cuidar de seus próprios trabalhadores. Precisamos agir, senão quando acordarmos, será tarde demais”, lamentou.

Mobilização é a chave

Dentre os coordenadores do Sindicato presentes, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, coordenadora-geral, foi a primeira a se dirigir aos servidores. Após ler os informes do dia sobre o PCS, a sindicalista disse acreditar na conquista do reajuste e vê o “mistério” do presidente do Supremo Tribunal federal – STF, ministro Carlos Ayres Britto, sobre as negociações como uma estratégia para garantir tranquilidade ao processo.  No entanto, Lúcia reforçou a necessidade de pressionar os parlamentares para apoiarem a demanda e fez um apelo: “é preciso lembrar em quem você votou – procure o seu deputado federal, enviem cartas, liguem para os gabinetes, procurem-nos pessoalmente, especialmente se ele for da Comissão de Finanças”.

Todas as falas durante o ato desta tarde, na Justiça Federal, tinham um ponto em comum, várias vezes frisado: a certeza de que somente com mobilização e pressão será possível vencer a intransigência do Governo Federal em negociar com os servidores. Para Hélio Ferreira Diogo, coordenador executivo do SITRAEMG, “todos são responsáveis pelo PCS. Precisamos estar fortes e unidos, pois se cedermos, o governo nos tomará como fracos e não teremos mesmo nenhum valor”, afirmou.

Além de Lúcia e Hélio, os outros coordenadores presentes eram Adriana Corrêa Valentino, José Francisco Rodrigues, Artalide Lopes Cunha e Débora Melo Mansur.

Informe sobre a mobilização em outros estados foi saudado com gritos e apitaços (Foto: Erinei Lima)

Ofícios para deputados

Além dos servidores, as administrações dos tribunais também podem pedir apoio aos parlamentares pela aprovação do PL 6613/2009 – foi a notícia dada aos presentes pela coordenadora-geral do SITRAEMG, Adriana Corrêa Valentino, servidora da Justiça Eleitoral. Segundo Adriana, os presidente e vice-presidente do TRE/MG enviaram nesta semana ofícios aos deputados em Brasília solicitando apoio ao projeto. “A ideia é sugerirmos que os outros tribunais também façam a mesma coisa”, propôs a coordenadora, sem deixar de reforçar a importância da participação dos servidores nessa pressão.

Débora Melo Mansur, também coordenadora da entidade, foi além: “precisamos acompanhar a política nacional e vigiar os gastos do governo federal”, disse, citando dados da arrecadação da União. “O governo não pode achar que estamos sem fôlego, senão nunca ganharemos nada mesmo. A hora é agora, porque o ano é eleitoral”, reforçou Débora. Ao longo do ato, o quadro de greve nacional, disponibilizado pela Fenajufe, foi lido ao som de gritos e apitos entusiasmados. Ao microfone, foi feita uma saudação aos servidores do TRT e do TRE, que saíram de seus locais de trabalho para estarem no ato da Justiça Federal.

Disposição para a luta

Vários servidores revezaram-se ao microfone para sugerir ações, opinar e criticar a demora nas negociações em torno do PCS do Poder Judiciário Federal. Todos veem a greve como a saída para de fato pressionar o governo e mostrar a força da mobilização da categoria. Carlos Antônio Ferreira, servidor do TRT e ex-dirigente sindical, mais conhecido como “Ovo”, lembrou que nenhum dos reajustes da categoria foi conseguido sem paralisação. Para Ovo, a greve é um processo coletivo: “teremos que enfrentar tudo isso [mobilização pelo PCS] de novo, mas todos juntos, todos precisam vir. Precisamos ir todos juntos para a luta e aguentarmos juntos as consequências”, opinou.

“Dilma está repetindo a política salarial de FHC”, disse Fernando Neves, servidor da Justiça Eleitoral e ex-diretor do SITRAEMG – “não podemos esperar chegarmos naquele patamar para mobilizar”, alertou aos presentes. Fernando comentou a greve das instituições federais de ensino e criticou duramente a postura do governo em não negociar, uma manobra para desvalorizar os trabalhadores. “Somos bons servidores, merecemos ganhar um salário digno, merecemos essa contrapartida do governo”, cobrou ele.

O coordenador de finanças do SITRAEMG, José Francisco Rodrigues, também se pronunciou ao microfone e admitiu que tem medo das represálias à greve – porém, nas palavras do coordenador, “tenho muito mais medo de ficar seis, sete, dez anos sem reajuste salarial, tenho muito mais medo de sair na rua com a cabeça baixa, sabendo que não lutei para mudar a situação”, disse, incentivando os colegas a participarem ativamente da luta e acrescentando que “somos trabalhadores, exigimos respeito”.

AGE

Edital de Convocação

Assembleia Geral Extraordinária

O SITRAEMG – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais, por meio dos seus coordenadores gerais, em conformidade com as previsões contidas nos artigos 13, inciso II, 14, inciso I, 15 e 16, do seu Estatuto, convoca seus filiados para Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 22 de junho de 2012, sexta-feira, às 12h30, em primeira chamada, e às 13h, em segunda e última chamada, em frente ao prédio do Tribunal Regional Eleitoral, (Av. Prudente de Morais, 100, bairro Cidade Jardim, Belo Horizonte), para deliberar sobre a mobilização pela aprovação do PL 6613/2009.

Belo Horizonte, 20 de junho de 2012.

Adriana Corrêa Valentino

Hebe-Del Kader Batista Bicalho

Lúcia Maria Bernardes de Freitas

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